O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu hoje que, além das conversações bilaterais e trilaterais entre líderes sobre a guerra na Ucrânia, devem ocorrer conversações quadrilaterais que incluam a UE.
António Costa expressou aos jornalistas, depois de uma videoconferência com líderes europeus, a vontade da UE de estar presente na mesa das negociações, apesar dos possíveis futuros diálogos não incluírem Bruxelas.
Para António Costa existem três dimensões fundamentais, sendo a primeira preparar o 19.º pacote de sanções a Moscovo, a segunda passa por reforçar as capacidades militares da Ucrânia e a terceira prevê avançar com o processo de adesão de Kiev à UE.
Em relação às garantias de segurança para a Ucrânia, Costa reforçou que a base das mesmas são as próprias Forças Armadas ucranianas e que a “Coligação de Voluntários” tem vindo a trabalhar no desenho dessas garantias.
Questionado sobre a possibilidade de serem enviadas tropas estrangeiras para a Ucrânia, o presidente do Conselho respondeu que convém ter uma noção clara que “a ação da Europa e dos Estados Unidos será sempre uma ação de suporte e de apoio”
“Creio que depois de três anos e meio de guerra, ninguém tem dúvidas sobre a capacidade das Forças Armadas ucranianas, mas também ninguém tem dúvidas que o passado nos ensina que os compromissos sucessivamente assumidos pela Rússia foram sucessivamente violados pela Rússia e não podemos permitir que no futuro se repita o que aconteceu no passado”, acrescentou.
Durante a conferência, o presidente do Conselho Europeu publicou na rede social X uma fotografia a acompanhar uma descrição em que garantia que a Ucrânia vai “permanecer no topo das agendas dos líderes durante as próximas semanas e meses”, sublinhando que o primeiro passo deve recair sobre a Rússia, que deve “acabar com a violência imediatamente”.
A videoconferência organizada por António Costa seguiu-se a uma reunião copresidida pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, e pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e que juntou 30 países, maioritariamente europeus.
Numa declaração lida no final de uma reunião extraordinária do Conselho Europeu, por videoconferência, Costa defendeu também que reforçar as Forças Armadas da Ucrânia é a única maneira de assegurar que uma eventual paz seja duradoura.
“Quem tem os pés no terreno, quem está na linha da frente, e as bases das garantias de segurança são as Forças Armadas ucranianas”, acrescentou.
A reunião extraordinária do Conselho Europeu decorreu depois de um encontro, na segunda-feira em Washington, entre o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os homólogos ucraniano, Volodymyr Zelensky, francês, Emmanuel Macron, finlandês, Alexander Stubb, e os chefes dos Governos britânico, Keir Starmer, e alemão, Friedrich Merz.
Estiveram ainda presentes a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.