Incêndios: Situação melhora em Espanha mas ainda haverá “horas difíceis”

Primeiro-ministro espanhol anunciou que o Governo vai declarar várias zonas de catástrofe.

O combate aos incêndios em Espanha evolui favoravelmente, com a descida das temperaturas após 16 dias de onda de calor, mas haverá ainda “horas difíceis”, alertou o primeiro-ministro.

Pedro Sánchez afirmou que o Governo vai declarar várias zonas de catástrofe.

Apesar das previsões meteorológicas favoráveis e de vários incêndios estarem hoje a ser controlados, “haverá ainda horas difíceis”, sublinhou Sánchez, numa declaração a jornalistas numa das zonas mais afetadas pelos fogos na Extremadura.

O líder do Governo espanhol pediu por isso a todos os cidadãos para “extremarem as precauções” e continuarem “atentos às recomendações das instituições” relacionadas com os incêndios.

Sánchez realçou que os grandes incêndios que está a enfrentar Espanha, e “além da causa dos fogos”, coincidiram com uma onda de calor de 16 dias consecutivos que terminou na segunda-feira e que é “a maior e mais longa” no país desde pelo menos 1975, data a partir da qual há registos comparáveis.

Neste contexto, voltou a apelar para “um pacto de Estado face à emergência climática” e afirmou que vai iniciar em setembro uma ronda de contactos e trabalhos com esse objetivo.

Por outro lado, anunciou que o Governo espanhol vai declarar “zona de catástrofe” várias das áreas afetadas pelos fogos na próxima terça-feira, na reunião semanal do Conselho de Ministros, com o objetivo de mobilizar meios para “a reconstrução”, sem dar mais pormenores.

Os incêndios em Espanha este ano queimaram já cerca de 375 mil hectares, superando o recorde de 306 mil hectares registado em 2022 no país, indicam dados, ainda provisórios, do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).

Os fogos estão a atingir, essencialmente, as regiões da Galiza, Castela e Leão e Extremadura, no noroeste e oeste do país e todas na fronteira com Portugal.

Dos 23 grandes incêndios assinalados nestas regiões pela Proteção Civil espanhola na segunda-feira, vários foram controlados nas últimas horas ou estão a evoluir favoravelmente, disseram hoje os presidentes dos três governos autónomos.

“A evolução é favorável em todos os incêndios”, disse o Alfonso Mañueco, presidente de Castela e Leão, a região com mais focos ativos (29 no total e 10 considerados de maior gravidade”.

“Se as condições se mantiverem favoráveis esperamos ir dando boas noticias pouco a pouco”, disse também a presidente da Extremadura, María Guardiola, que destacou a importância da chegada, nas últimas 24 horas, de meios de ajuda internacionais (incluindo de Portugal) e de outras regiões autónomas espanholas.

Espanha ativou em 11 de agosto o Mecanismo de Proteção Civil da UE por causa dos fogos e recebeu ajuda de França, Itália, Alemanha, Países Baixos, Finlândia, Eslováquia e República Checa, através do envio de meios aéreos e equipas de bombeiros.

Trata-se do maior contingente de apoio internacional jamais recebido pelo país, segundo a Proteção Civil espanhola.

Quatro pessoas morreram nos incêndios em Espanha este verão e milhares permanecem temporariamente desalojadas, por terem sido retiradas de casa preventivamente.

Desde 12 de agosto, foram retiradas de casa mais de 31.000 pessoas, indicaram a Polícia Nacional e a Guarda Civil espanholas.

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