Incêndios: Fogo no Douro Internacional não dá tréguas em três concelhos

“Para já não há povoações ou bens em perigo”, indicou.

O incêndio rural que deflagrou na tarde de sexta-feira no concelho de Freixo de Espada à Cinta, no Douro Internacional, continua hoje a não dar tréguas aos bombeiros devidos a três pontos onde as chamas são de difícil combate.

Estes três pontos “preocupantes” estão junto à aldeia de Mós, no concelho de Torre de Moncorvo, em Lagoaça, nas arribas do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI); no concelho de Freixo de Espada à Cinta; e na área das encostas do rio Sabor, em Mogadouro, no distrito de Bragança.

Em declarações à agência Lusa, o comandante sub-regional das Terras de Trás-os-Montes da Proteção Civil, João Noel Afonso, disse que durante a madrugada foi possível neutralizar as três frentes do incêndio, mas ficaram estes pontos ativos.

“Não é possível meter meios de combate nestes locais devido aos difíceis acessos e não podemos contar com os meios aéreos devido à fraca visibilidade nesta região”, explicou.

Segundo o comandante, apesar de grande parte do incêndio estar estabilizada, estes três focos não estão a dar tréguas.

João Afonso não espera melhorias relativamente à visibilidade para a atuação dos meios aéreos durante esta tarde.

“A velocidade do vento durante a tarde também se vai intensificar, não havendo uma previsão para a consolidação deste incêndio”, indicou.

De acordo com o comandante sub-regional das Terras de Trás-os-Montes, este fogo já consumiu mais de 10 mil hectares de terreno desde o seu começo, ao início da tarde de sexta-feira.

“Para já não há povoações ou bens em perigo”, indicou.

De acordo com a página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 13:00 estavam no terreno 310 operacionais, apoiados por 108 veículos.

A este dispositivo juntam-se oito máquinas de rasto, meios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da GNR.

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração do estado de alerta, em vigor até hoje.

Os fogos provocaram um morto e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.

Segundo dados oficiais provisórios, até 16 de agosto arderam 139 mil hectares no país, 17 vezes mais do que no mesmo período de 2024. Quase metade desta área foi consumida em apenas dois dias desta semana.

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