Tribunal Supremo do Irão confirma sentença de morte de sindicalista e ativista

Sharifeh Mohammadi, de 54 anos, foi condenada à morte pelo Tribunal Revolucionário de Rasht em julho de 2024.

O Tribunal Supremo do Irão confirmou a sentença de morte da sindicalista e ativista de direitos humanos Sharifeh Mohammadi, acusada de “rebelião armada contra o Estado”, dez meses após ter revertido o veredito e enviado o caso a outro tribunal.

“A sentença de morte de Sharifeh Mohammadi foi mantida”, anunciou hoje o advogado da ativista, Amir Raeisian, em comunicado citado pelo jornal Shargh.

O advogado observou que a 39.ª Câmara do tribunal, que tinha anulado a sentença de morte de Mohammadi em outubro passado, “a manteve desta vez, apesar de todas as ambiguidades e objeções pendentes”.

Raeisian informou que tentará anular a condenação por outros meios legais, “dadas as inúmeras objeções no caso”.

A ativista iraniana Narges Mohammadi, laureada com o Prémio Nobel da Paz, reagiu à confirmação da sentença na rede social X, denunciando que “é uma indicação da natureza violenta, autoritária e repressiva da República Islâmica”.

Sharifeh Mohammadi, de 54 anos, foi condenada à morte pelo Tribunal Revolucionário de Rasht em julho de 2024 por “rebelião armada contra o Estado”, acusada de pertencer ao partido separatista curdo Komala, ilegal na República Islâmica.

Foi também acusada de fazer parte de um grupo de ativistas sindicais, num país onde a participação em sindicatos fora de organizações sancionadas e controladas pelo Estado é proibida.

Como sindicalista e defensora dos direitos humanos, Sharifeh Mohammadi apoiou as mulheres e criticou as prisões durante os protestos que eclodiram no Irão após a morte sob custódia da jovem curda Mahsa Amini em setembro de 2022, presa por não usar corretamente o véu islâmico.

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