A China saudou hoje os contactos entre os Estados Unidos e a Rússia antes da cimeira de sexta-feira, no Alasca, e disse esperar a participação de “todas as partes envolvidas” em conversações no momento oportuno.
A China “está satisfeita por ver a Rússia e os Estados Unidos manterem contactos, melhorarem as relações e avançarem com o processo de resolução política” da crise ucraniana, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lin Jian.
O porta-voz afirmou num comunicado que Pequim espera que as conversações conduzam “o mais rapidamente possível” a um acordo “justo, duradouro e vinculativo” sobre a Ucrânia, aceitável para todas as partes envolvidas.
Questionado sobre a ausência da Ucrânia e da União Europeia (UE) na reunião de sexta-feira, Lin não comentou a validade de qualquer acordo alcançado sem ucranianos e europeus.
Acrescentou que Pequim espera a participação da Ucrânia e da UE no processo de conversações “no momento apropriado”, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Os presidentes russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Donald Trump, vão reunir-se na sexta-feira, no Alasca (Estados Unidos), para discutir a guerra na Ucrânia.
Nos últimos dias, vários líderes europeus advertiram que o caminho para a paz na Ucrânia não pode ser decidido sem os ucranianos.
A UE, que apoiou a iniciativa de diálogo, reiterou que a paz exclui “alterações de fronteiras pela força”.
O Reino Unido disse que apoia os contactos, mas considerou que Putin “não é de todo fiável”.
A Índia também apoiou a cimeira como uma oportunidade para avançar para um cessar-fogo, apesar dos atritos comerciais que mantém com Washington.
Putin manteve nos últimos dias conversas telefónicas com vários aliados, incluindo os líderes da China, Índia e Brasil, para os informar dos planos da cimeira e angariar apoio para as suas posições antes da reunião com Trump.
O líder russo tem exigido que a Ucrânia reconheça a anexação russa de cinco regiões ucranianas, e desista da adesão à UE e à NATO.
A Rússia anexou a Península da Crimeia, em 2014, e as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson em 2022, alguns meses depois da invasão de fevereiro, que desencadeou a guerra em curso.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões anexadas.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem repetido que Kiev não cederá qualquer parte do território ucraniano a Moscovo.