Francisco Gomes, deputado do Chega na Assembleia da República, criticou, hoje, em comunicado, a forma como o Estado português tem gerido os seus terrenos florestais, afirmando que a proliferação do eucalipto “representa um perigo constante para as populações”. O madeirense denuncia que, “ano após ano, o país continua a arder, sem que se ataque verdadeiramente as causas estruturais dos incêndios”.
“O que é que arde descontroladamente todos os anos? É o eucaliptal. E o Estado continua cego a esse facto. Se não houver coragem para gerir o eucalipto com responsabilidade, vamos continuar a ver pequenas ignições transformadas em verdadeiros incêndios incontroláveis”, aponta o deputado do Chega.
Segundo o parlamentar, os meios aéreos são importantes, mas limitados e sublinha que “os helicópteros e aviões são úteis para apagar pequenos fogos. Mas são irrelevantes quando há calor extremo, vento forte, mato seco e florestas de eucalipto. São uma ajuda de reação, não uma estratégia de prevenção.”
Francisco Gomes defende ainda uma mudança na política florestal nacional e acusa os sucessivos governos de PS e PSD de “privilegiar soluções de visibilidade mediática em detrimento do trabalho de fundo”.
“O que é necessário é uma gestão preventiva séria das serras, tanto públicas como privadas. Mas isso dá trabalho, não rende votos e por isso os políticos não se preocupam. Deixam as populações em risco e depois culpam o clima e os criminosos, mas deixam-nos esses terroristas na rua, com penas suspensas”, defende.
O deputado considera igualmente “escandalosa” o que diz se “a dualidade de critérios” que diz acontecer quando as grandes plantações de eucalipto não são obrigadas a fazer limpezas, mas o pequeno agricultor “enfrenta penalizações, se proceder de igual forma”.
Para Francisco Gomes, a substituição gradual dos eucaliptais por espécies autóctones deve ser um objetivo estratégico, com impactos positivos ao nível ambiental, económico e social.
“Uma floresta de eucaliptos desidrata os solos, seca ribeiras, destrói a biodiversidade e promove incêndios. Sim, fogo vai sempre haver. Mas o que não pode continuar é um Estado que abandona as suas florestas e põe vidas em risco por incompetência!”, remata.