O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) manifestou hoje disponibilidade para ajudar os reféns israelitas na Faixa de Gaza, quando Israel e o Hamas chegarem a um acordo, informou a organização em comunicado.
“O Comité Internacional da Cruz Vermelha está preparado e pronto para entregar medicamentos, alimentos e mensagens de familiares aos reféns em Gaza. Para isso, é necessário um acordo entre Israel e o Hamas”, declarou o CICV, manifestando-se disponível “para intensificar a entrega segura de ajuda vital a civis em extrema necessidade”, em todo o território.
A Cruz Vermelha afirma que “só um acordo duradouro entre as partes pode pôr fim ao sofrimento dos reféns e das suas famílias, assim como aos milhões de pessoas em Gaza que lutam para obter o essencial para a sobrevivência”.
“Um fluxo rápido e irrestrito de assistência humanitária deve ser permitido e facilitado. Face à grave escassez de alimentos que se agrava a cada dia, os civis em Gaza precisam de ter acesso imediato e sustentado a alimentos, água potável, material médico e de higiene e outros bens essenciais para a sobrevivência, [que lhes permita viver] com dignidade”, declarou a organização.
A organização alertou ainda que “a ‘janela’ para salvar vidas em Gaza está a fechar-se” e que é tempo de agir.
O CICV fez esta declaração depois de o chefe de Estado israelita, Isaac Herzog, ter conversado na segunda-feira com a presidente da organização, Mirjana Spoljaric, para pedir que atue “imediatamente” para fornecer alimentos e assistência médica aos reféns israelitas detidos pelo Hamas.
O CICV solicitou no domingo autorização para prestar assistência aos reféns, após imagens divulgadas pelo Hamas e pela Jihad Islâmica dos dois homens — que estão entre os 50 reféns ainda no território — em que aparecem magros e extremamente debilitados.
O porta-voz das Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, disse na segunda-feira que dará permissão à Cruz Vermelha para prestar assistência aos reféns, desde que Israel estabeleça corredores humanitários, “de forma regular e permanente”, nas passagens de fronteira, para a entrada de alimentos e medicamentos, e interrompa os bombardeamentos.
“As Brigadas al-Qassam não privam intencionalmente os prisioneiros de alimentos”, sublinhou.