Incêndios: Ocupado a retirar pessoas de aldeia ameaçada autarca de Ponte da Barca recusa comentar declarações do PR

Incêndio em Ponta da Barca leva à evacuação de aldeias.

O autarca de Ponte da Barca escusou-se a comentar as declarações do Presidente da República, que considerou desproporcionais os apelos para acionar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, por estar a retirar habitantes de uma aldeia ameaçada pelo fogo.

“Não quero comentar as declarações do senhor Presidente da República. Agora estou preocupado em evacuar uma aldeia e vamos avaliar a necessidade de avaliar outra”, afirmou quando questionado pela agência Lusa sobre as afirmações hoje proferidas por Marcelo Rebelo de Sousa.

Em declarações aos jornalistas na ilha do Pico, nos Açores, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que, neste momento, a prioridade deve ser “prevenir o que possa acontecer nas próximas semanas” e “não recorrer a meios extremos” como se a “situação fosse da gravidade” vivida já em outros países.

O Presidente da República falava após o pedido, esta quarta-feira, do presidente da Câmara de Ponte da Barca ao Governo para que fosse acionado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil ou outros acordos bilaterais com países para combater o incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

“Parece que é prudente não começar por fazer apelos que são desproporcionados em relação ao tempo que vivemos e às circunstâncias que vivemos, banalizando esse pedido e tornando mais difícil, no caso de uma emergência mais grave, o recurso a ele”, disse.

Marcelo explicou que esteve na Proteção Civil – sem a presença da comunicação social – na passada terça-feira e foi dessa ida que “recolheu essa sensação” sobre o acionamento do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.

O Presidente da República disse ainda, sobre o incêndio em Ponte da Barca, que o município já está a receber apoio de meios espanhóis, lembrando que “há um acordo que diz que até 25 quilómetros da fronteira há uma intervenção automática de um lado e de outro”.

Sem comentar as afirmações de Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente social-democrata de Ponte da Barca, no distrito de Viana do Castelo respondeu: “Estamos a retirar a população de uma aldeia e, com alguma probabilidade vamos ter de fazer o mesmo noutra aldeia”.

Segundo Augusto Marinho, em Sobredo, na freguesia de Vila Chã de São Jorge às 21:32, “já estavam a ser retiradas as cerca de duas dezenas de habitantes”.

“Em Paradela, na freguesia de Entre Ambos-os-Rios, está ainda a ser avaliada a retirada dos cerca de 40 a 50 habitantes das suas habitações”.

Augusto Marinho acrescentou que o incêndio em Ponte da Barca “está muito mau”.

“O incêndio tanto está mais ou menos controlado, como de um momento para o outro, ganha intensidade. Estou muito preocupado com o que se possa passar durante a noite com a temperatura muito elevada”, frisou.

De acordo com informação no ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 21:46, o fogo mobilizava 631 operacionais, apoiados por 211 viaturas.

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