A Câmara Municipal de Santa Cruz exige uma intervenção urgente na zona portuária localizada sob a placa da VR1, junto ao Aeroporto da Madeira, alertando para duas situações que considera “insustentáveis”, relacionadas com a contínua inacessibilidade dos sanitários públicos existentes e o prolongado abandono do Porto de Recreio, destruído desde 2015.
Em carta enviada assinada pela autarca Élia Ascensão e enviada à presidente da APRAM, Paula Cabaço, a Autarquia recorda uma conversa anterior que já alertava para os problemas detetados.
Refere que embora o espaço não seja oficialmente classificado como zona balnear, o local é amplamente utilizado por banhistas, sobretudo durante o verão. Perante a crescente afluência de utilizadores, a Autarquia tem assegurado a limpeza e recolha de resíduos três vezes por semana, no âmbito das suas competências na área da limpeza urbana.
Contudo, a inexistência de infraestruturas de apoio adequadas, em particular a ausência de sanitários em funcionamento, tem motivado reiterados apelos por parte do município. “Não se compreende que, existindo já os sanitários, estes se mantenham fechados, privando centenas de famílias que ali fazem praia de condições mínimas de higiene”, afirma a autarquia, que se mostra disponível para assumir a limpeza dos equipamentos e instalar novas papeleiras no recinto, reforçando uma “cooperação institucional ativa”.
A edilidade sinaliza também a necessidade de incluir a zona no Plano Municipal de Controlo de Pragas, medida que permitirá garantir melhores condições de higiene e segurança aos frequentadores da área.
Outro ponto destacado no pedido dirigido a Paula Cabaço prende-se com o estado de abandono do antigo Porto de Recreio, nunca recomposto da intempérie de 2015.
A Câmara recorda que, em 2021, chegou a estar prevista uma intervenção no valor de 333 mil euros, mas apenas foi concretizado o reforço dos pilares da via rápida. “A zona permanece em constante degradação, o que é ainda mais grave por se tratar de uma área vizinha à principal porta de entrada da Madeira, um destino turístico por excelência”, sublinha.
A missiva é acompanhada por imagens que documentam o mau estado atual do espaço.