O secretário-geral do Juntos Pelo Povo (JPP), Élvio Sousa, anunciou este domingo que vai requerer uma audição parlamentar urgente à presidente da Câmara do Funchal, Cristina Pedra, ao vereador com o pelouro do Urbanismo, João Rodrigues, e ao presidente da cooperativa de habitação Cortel, João Lucas.
O líder do maior partido da oposição quer explicações dos responsáveis sobre o licenciamento de frações para Alojamento Local (AL) de um bloco de apartamento construído com financiamento e apoios públicos, situação denunciada publicamente pelo vereador da oposição na autarquia, Miguel Silva Gouveia. “É uma subversão de um investimento que teve apoios públicos perante a permissividade e o licenciamento cúmplice da Câmara Municipal do Funchal”, sublinha Élvio Sousa.
A cooperativa de habitação Cortel apresentou recentemente as residências com 48 apartamentos a preços controlados, destinados a responder as necessidades prementes de habitação para casais jovens e para a classe média. Recebeu benefícios urbanísticos e apoios financeiros públicos.
O dirigente do JPP lembra que a Cortel confrontou a CMF com o licenciamento, foi solicitada uma audiência com a presidente da autarquia a 4 de julho, mas segundo declaram os próprios, a reunião “só não aconteceu ainda” porque Cristina Pedra “se ausentou de férias”. Conclusão: “A edilidade deixa de funcionar com a Pedra fora da Câmara, Incompetência”, considera.
Élvio Sousa pede ao “PSD/CDS que não atrapalhem, contribuam, sobretudo a Sara Madalena, que se apregoa de grande defensora da transparência e da boa gestão dos dinheiros públicos”, e pergunta ao “olheiro e fiel escudeiro do PSD/CDS, João P. Marques, pago pelo Orçamento Regional a 150 euros à hora, se não viu nada “de bom, de mau ou de suspeito neste caso da habitação, sintomático”, enfatizou.
Élvio Sousa recordou Martin Luther King e a sua frase “a nossa vida começa a terminar quando ficamos em silêncio sobre o que realmente importa”, para se colocar na defesa “da verdade absoluta e no combate aos silêncios cúmplices, tanto encobertos pelo medo como pela subserviência.”
“Não podemos ficar em silêncio sobre o elevado custo de vida perante um governo de coligação PSD/CDS que teima em não baixar o IVA, que resiste em lançar um concurso público internacional para a operação portuária e auditar preços; que encobre as negociatas sobre o setor energético com os dois gigantes monopolistas; que deseja privatizar a gestão dos percursos para concessioná-los aos privilegiados de sempre e que mantém uma política de Habitação pouco transparente e a lume brando”, finalizou.