África, é inquestionavelmente o continente de mais propensão a confrontos armados onde prevalecem guerras civis, combates militares ferozes entre os seus países e nalguns casos envolvendo nações não africanas, mas, sempre travadas no seio do continente africano.
Deflagrações sinistras, obsessivas, inaceitáveis de conflitos internos armados que reduzem Estados do continente africano a um autêntico estado exício gerando exércitos de esfomeados, deslocados, feridos, estropiados e o chão juncado de mortos.
Combates de entrematar de génese religiosa, instabilidade política, conflitos étnicos e tribais, rivalidades históricas, competição por recursos, disputas de poder e má governação.
Um continente de gente desditosa em que existem 35 conflitos ativos que se protelam há demasiado tempo algo implausível que políticos bitolados não sabem, não podem ou pior, teimam em não resolver e até se deleitam observar antagonismos, ao invés de intervir junto a esses líderes, africanos, sem escrúpulos engajados em lutas letais entre os seus povos desde o Mali até à ourela ocidental do continente.
Da manutenção da paz ao alerta precoce e à mediação, as ferramentas tradicionais evidenciam-se disfuncionais e nada resolvem.
É premente neutralizar ocorrências sanguinolentas e silenciar as armas. e há certos casos extremos onde é preciso usar “agressividade”, mas, através da via diplomática para conter a instabilidade generalizada no continente-mãe.
Os levantes islâmicos no norte da Nigéria e na Somália e a guerra das milícias no leste do Congo intensificaram-se de forma dramática assim como as disputas de poder entre elites militarizadas na Etiópia e no Sudão que convulsionam as mais populosas nações africanas.
No Sudão continua a guerra iniciada em abril de 2023, após uma disputa de poder mal resolvida entre duas fações de generais das Forças Armadas Sudanesas e as Forças de Apoio Rápido, fez eclodir uma guerra em Cartum onde os combates se transformaram numa guerra de trincheiras urbanas que se disseminou por todo o território sudanês, debitando uma grave crise humanitária resultando no deslocamento de 12 milhões de pessoas e uma profunda escassez de alimentos, violência, feridos e cerca de 150.000 mortos, para além de mulheres e meninas terem sido vítimas de agressões sexuais e violações coletivas generalizadas.
Em outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, Moçambique, foi assolada por uma violência armada levada a cabo por insurgentes islâmicos que massacraram civis indefesos como também forças de segurança originou o deslocamento massivo de mais de 25.000 pessoas e um elevado número de vítimas mortais, esmagando pelo medo e pelo terror as populações do norte moçambicano.
Menores foram raptadas e forçadas a casar com terroristas islâmicos, denunciaram algumas ONGs.
No Ruanda a instabilidade prevalece e conflito com a República Democrática do Congo que envolve acusações mútuas de apoio a grupos rebeldes.
O epicentro deste conflito está situado nas proximidades da fronteira dos dois países, envolvendo severos confrontos entre forças governamentais da RDC e o movimento rebelde 23 de março, de vulgo M23, apoiado pelo Ruanda
Desde a Guerra Fria, pereceram, aproximadamente, 150 milhões de pessoas, a maioria em África em consequência de lutas intraestatais, vítimas de conflitos mal resolvidos.
Nos dias hoje, combate-se também a dor pelos que perderam as suas vidas por causas desconhecidas e que jamais abraçaram.
Fica absolutamente claro que nesta espiral de morticínio que as respostas existentes tanto africanas como estrangeiras, encontram-se, deploravelmente, em estado disfuncional o que não augura nada bem.