Na cerimónia de entrega do Prémio Emanuel Rodrigues, realizada hoje na Assembleia Legislativa da Madeira, e que, nesta sua quinta edição, distinguiu Bernardo Martins, Rubina Leal destacou a importância de manter viva a reflexão sobre a autonomia regional, homenageando o vencedor pelo seu contributo académico e cívico.
“O Prémio Emanuel Rodrigues é mais do que um galardão – é um compromisso com a nossa memória coletiva e com o futuro da democracia madeirense”, afirmou a presidente do Parlamento madeirense, sublinhando o valor simbólico de homenagear o primeiro presidente da Assembleia, eleito em 1976, e cuja figura representa “um projeto autonómico fundado em valores democráticos”. “Emanuel Rodrigues foi um homem de causas, ponderado, íntegro e profundamente comprometido com o serviço público”, realçou ainda.
A distinção atribuída este ano a Bernardo Martins, por unanimidade do júri, reconhece os seus trabalhos sobre os primórdios da autonomia, como o 25 de Abril em Machico e os primeiros discursos autonómicos. Rubina Leal salientou que “os seus estudos incentivam à dignificação dos madeirenses, colocando-lhes o orgulho de serem quem são”.
A presidente da Assembleia deixou um apelo: “A autonomia não é um direito adquirido para sempre, é um processo em permanente construção”. Por isso, considerou essencial que se continue a investigar e debater sobre o tema, reforçando o papel das instituições democráticas como motores da cidadania e da identidade regional.
Durante o evento, foi ainda lançada a Coleção “Figuras”, do espaço IDEIA, com o objetivo de “preservar e divulgar o legado de personalidades que marcaram o percurso autonómico da nossa Região”. Esta nova iniciativa editoria visa também “estimular o interesse das novas gerações pela vida pública” e pela defesa da autonomia.
Marcelino Castro, coordenador do IDEIA, explicou que o ‘Figuras’, cujo primeiro livro é dedicado a Emanuel Rodrigues, visa destacar e recordar “pessoas que se dedicaram à autonomia como pensamento e como ação autonómica na política e em várias áreas. Alias, ressalvou que “a política é apenas uma parte da cultura e não ao contrário”.
A coleção tem como traços característicos ser composta por pequenos livros, com testemunhos de pessoas sobre a figura em destaque, “com testemunhos dos próprios, caso seja possível”.