Senadora nigeriana que denunciou caso de assédio sexual impedida de entrar no parlamento

Uma senadora nigeriana, suspensa depois de ter acusado o presidente da câmara alta de assédio sexual, foi hoje impedida de aceder ao parlamento, apesar de uma decisão judicial ordenar a sua reintegração.

A sua suspensão do Senado por seis meses provocou uma grande controvérsia neste país conservador da África Ocidental, com os grupos de defesa dos direitos das mulheres a denunciarem agora que o bloqueio no parlamento representa uma clara represália.

As estações de televisão locais transmitiram em direto imagens da segurança parlamentar, com polícias armados, a bloquear o acesso a Natasha Akpoti-Uduaghan, que estava acompanhada por um pequeno grupo de apoiantes.

A senadora dirigiu-se a pé para os portões do parlamento, que alberga a Assembleia Nacional e o Senado, depois de os agentes de segurança terem impedido a entrada do seu carro no edifício.

Em declarações aos jornalistas, no exterior do edifício, Natasha Akpoti-Uduaghan manifestou-se desapontada por ter sido impedida de entrar por polícias armados.

Em fevereiro, Akpoti-Uduaghan alegou que que Godswill Akpabio, presidente da câmara alta do parlamento, bloqueou repetidamente as moções que apresentava, para depois oferecer o seu apoio na condição de esta “tomar conta dele”.

O Presidente do Senado negou qualquer assédio sexual.

Poucos dias depois de ter feito estas acusações numa entrevista televisiva, foi temporariamente suspensa do Senado, oficialmente por razões não relacionadas com o caso.

De acordo com o Senado, a suspensão foi aplicada na sequência de uma “má conduta grave” durante uma discussão acesa no parlamento.

No entanto, no início de julho, um tribunal nigeriano pôs termo à suspensão de seis meses da senadora, descrevendo a medida como “excessiva” e ordenando a sua reintegração.

Contudo, na mesma decisão, a senadora foi considerada desrespeitadora do tribunal por ter violado a proibição de falar publicamente sobre o caso e multada em cinco milhões de nairas (cerca de 2.760 euros).

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