O presidente da RTP disse hoje que pediu uma extensão para mais 41 trabalhadores que queriam aderir ao plano de saídas voluntárias, cujos encargos rondam os 2,4 milhões de euros, mas já não tem autorização financeira.
Nicolau Santos falava na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, na sequência da demissão da direção de informação da televisão e da reorganização da empresa, no âmbito de requerimentos do Livre e do PS.
A primeira fase do plano de saídas voluntárias da RTP que tinha sido aprovada foi cumprida no dia 30 de junho.
Nesta fase, saíram 97 pessoas, de acordo com informação divulgada em 24 de junho pela RTP.
“Nós pedimos, aliás, uma extensão para mais 41 trabalhadores que queriam aderir ao plano de saída dos voluntários, mas já não temos autorização financeira, nem disponibilidade financeira” para o efeito, disse.
Os encargos “seriam agora na ordem dos 2,4 milhões de euros”, prosseguiu Nicolau Santos.
O presidente da RTP salientou que a administração tem trabalhado “muito junto da tutela”, em particular a administradora financeira, Sónia Alegre, nomeadamente para que a questão do aumento de capital se resolva e para que haja “um olhar” sobre a Contribuição para o Audiovisual (CAV).
Por outro lado, “já fizemos algumas propostas […] para que algumas das missões de serviço público que estão contempladas à RTP hoje em dia” possam ser “suportadas por outras fontes de financiamento que não a Contribuição do Audiovisual ou o orçamento da própria RTP”, apontou o gestor.
Nicolau Santos referiu, por várias vezes, que a RTP3 não foi a razão para a exoneração de António José Teixeira do cargo de diretor de informação da televisão da RTP.
“Relativamente à RTP3, insisto que não foi o motivo da exoneração. Havia um amplo leque, […] tem a ver com mudanças que era necessário dar, um novo impulso, uma nova orientação, um novo interesse sobre determinadas áreas”, reforçou.
Quanto à crítica de que com a diminuição do número de diretores a RTP criou super direções, Nicolau Santos recordou que antes a empresa era acusada de ter muitos diretores.
“Penso que nós tínhamos demasiado diretores”, salientando que tendo também em conta os custos financeiros fez sentido diminuir o número de cargos de direção.
A nova organização da RTP passou a ter 23 diretores, contra os anteriores 30 diretores e diretores-adjuntos.