Médio Oriente: Exército israelita expande operações terrestres para centro de Gaza

Contactado pela AFP, o exército israelita não comentou de imediato a situação.

A Defesa Civil da Faixa de Gaza e testemunhas relataram hoje disparos de artilharia contra Deir al-Balah, no centro do território palestiniano, um dia depois de um apelo israelita para a retirada da população da área.

“Recebemos chamadas de famílias sitiadas na zona de Baraka, em Deir al-Balah, devido ao fogo de tanques israelitas”, disse à agência noticiosa AFP Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil de Gaza.

“Há vários feridos, mas ninguém consegue aceder à zona para os retirar”, acrescentou Bassal.

O Exército israelita anunciou anteriormente que iria expandir as suas operações militares neste setor, incluindo “numa área onde nunca tinha operado antes” em mais de 21 meses de guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas, ordenando a retirada dos residentes.

De acordo com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), entre 50.000 e 80.000 pessoas estavam na área.

Famílias inteiras partiram, carregando os seus pertences ou em carroças puxadas por burros, em direção ao sul do enclave, segundo os correspondentes da AFP no local.

“Durante a noite, ouvimos grandes explosões”, disse Abdallah Abu Slim, um residente de 48 anos da zona, relatando disparos de artilharia.

“Tememos que o exército israelita esteja a preparar uma operação terrestre em Deir al-Balah e nos campos no centro da Faixa de Gaza, onde estão centenas de milhares de deslocados”, afirmou Slim.

Hamdi Abu Mughsib, de 50 anos, disse à AFP que ele e a sua família fugiram para norte ao amanhecer, deixando a sua tenda armada a sul de Deir al-Balah, após uma noite de intenso bombardeamento.

“Não há lugar seguro na Faixa de Gaza. Não sei para onde podemos ir. Vimos tanques a avançar mais de um quilómetro de Khan Yunis (sul) em direção ao sudeste de Deir al-Balah”, disse Mughsib.

Mai Elawawda, gestora de comunicação em Gaza da organização não-governamental (ONG) médica britânica Medical Aid for Palestinians, descreveu a situação como “extremamente crítica”.

“O bombardeamento está a ocorrer no entorno do nosso escritório e os veículos militares estão a apenas 400 metros dos nossos colegas e das suas famílias”, disse Mai Elawawda, acrescentando que “todos estão a ser retirados, a maioria sem saber para onde ir”.

Contactado pela AFP, o exército israelita não comentou de imediato a situação.

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