Médio Oriente: Hamas acusa Netanyahu de rejeitar acordo que permite libertar todos os reféns

Famílias continua à espera dos reféns, vivos ou mortos.

O líder do braço armado do grupo extremista Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, acusou hoje o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de rejeitar um acordo integral que permitiria libertar os 50 reféns ainda retidos em Gaza de uma só vez.

“Nos últimos meses, propusemos repetidamente um acordo integral para a entrega imediata de todos os prisioneiros inimigos. O criminoso de guerra Netanyahu e os seus ministros rejeitaram a nossa oferta”, disse Abu Obeida, num discurso transmitido pelo canal de televisão Al Jazeera, com sede no Qatar.

Acrescentou que, se Israel não se mostrar mais flexível nas negociações, também não serão libertados dez reféns vivos, como tinha anunciado o Presidente norte-americano, Donald Trump.

Obeida, que apelou a Netanyahu que reconsidere a sua posição, insistiu que as negociações envolvam o “fim da guerra de extermínio”, a retirada das tropas israelitas de Gaza e a entrada de alimentos.

Caso contrário, Obeida avisou que também não poderão garantir “o regresso a acordos parciais” para libertar primeiro dez reféns vivos.

No mesmo discurso, o líder das Brigadas Ezzedine al-Qassam sublinhou que os milicianos estão preparados para “uma longa batalha de desgaste” contra as tropas israelitas em Gaza, onde, em 21 meses, frisou, Israel matou mais de 58.600 pessoas, muitas delas mulheres e crianças.

“Afirmamos que os nossos ‘mujahideen’ [combatentes] e os nossos irmãos da resistência estão totalmente preparados para continuar uma longa batalha de desgaste contra as forças de ocupação”, advertiu Obeida.

Além disso, garantiu que repelir as tropas israelitas constitui “um direito indiscutível e um dever religioso e nacional sagrado”, ao mesmo tempo que pormenorizou que a estratégia atual da liderança das Brigadas é perpetrar “ataques letais” contra soldados israelitas, realizar operações seletivas e tentar capturar soldados.

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

A retaliação de Israel já provocou mais de 58 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

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