As autoridades de saúde moçambicanas mantêm três casos confirmados de mpox, todos na província de Niassa, norte do país, mas elevaram para 11 o total de suspeitos, segundo o boletim da evolução da doença divulgado hoje.
De acordo com o boletim da Direção Nacional de Saúde Pública, com dados de 11 a 13 de julho, só nas últimas 24 horas foram contabilizados mais sete casos suspeitos, mantendo-se ainda 13 em seguimento, enquanto 14 estão em isolamento, mas sem registo de óbitos.
Desta forma, as autoridades de saúde não confirmam o dado avançado no domingo pela governadora da província do Niassa, no norte do país, da possibilidade de mais dois casos da doença.
“Nós já temos aqui cinco casos, estávamos em três, mas está a subir e ainda há muita gente a ser testada com suspeitas de que tenha essa doença (…) Temos que ter cuidado com esta doença porque é facilmente transmissível”, disse a governadora Elina Massengele, em declarações aos jornalistas, à margem de um comício durante uma visita que efetua ao distrito de Sanga.
Os primeiros e até agora três únicos casos de mpox foram confirmados em 11 de julho pelas autoridades da saúde, que adiantaram, na altura, que os pacientes estavam estáveis e em isolamento.
“Os pacientes encontram-se clinicamente estáveis e estão em isolamento domiciliar, sob monitoria das autoridades sanitárias”, referiu o Ministério da Saúde.
Esses três primeiros casos foram detetados no distrito de Lago, que faz fronteira com a Tanzânia, junto ao lago Niassa, identificados como suspeitos no dia 08 de julho, nos postos administrativos de Metangula e Cobue, e dois dias depois foram confirmados pelo laboratório de Saúde Pública para mpox.
Fonte do Ministério da Saúde confirmou à Lusa que se tratam dos primeiros três casos de mpox em Moçambique do atual surto que afeta vários países da região africana, recordando que, de 01 de janeiro a 08 de julho, foram notificados 77.458 casos da doença em 22 países, resultando em 501 óbitos.
Em resposta aos casos detetados no Niassa, conforme a Lusa noticiou em 11 de julho, o Ministério da Saúde, através da Direção Nacional de Saúde Pública e do Instituto Nacional de Saúde, “mobilizou uma equipa técnica para apoiar a província e o distrito afetado”, a qual vai monitorizar o tratamento dos doentes, bem como “identificar e colocar em quarentena os contactos próximos (…), reforçar a vigilância epidemiológica e promover a divulgação de mensagens de prevenção junto da população”.
Os primeiros casos no surto anterior de mpox em Moçambique foram registados pela primeira vez em 2022, em Maputo.
Na região da África austral, que inclui Moçambique, já foram reportados anteriormente casos na República Democrática do Congo, Angola, Malaui, África do Sul, Tanzânia e Zâmbia.
A mpox é uma doença viral zoonótica, identificada pela primeira vez em 1970, na República Democrática do Congo.
A Organização Mundial da Saúde declarou em agosto de 2024, pela segunda vez, a mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, em virtude do aumento do número de casos, óbitos e expansão geográfica, recorda o Ministério da Saúde moçambicano.