Tarifas: Von der Leyen garante trabalhar estreitamente com EUA para acordo de boa-fé

“A nossa posição tem sido clara: seremos firmes, mas preferimos uma solução negociada e é por isso que estamos a trabalhar estreitamente com a administração dos Estados Unidos para alcançar um acordo”, disse Ursula von der Leyen, intervindo num debate na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.

A presidente da Comissão Europeia disse hoje estar a trabalhar estreitamente com os Estados Unidos para fazer avançar o processo relativo ao acordo comercial, afirmando que a União Europeia (UE) espera “boa-fé” nas negociações e se prepara para todos os cenários.

“A nossa posição tem sido clara: seremos firmes, mas preferimos uma solução negociada e é por isso que estamos a trabalhar estreitamente com a administração dos Estados Unidos para alcançar um acordo”, disse Ursula von der Leyen, intervindo num debate na sessão plenária do Parlamento Europeu, na cidade francesa de Estrasburgo.

“Tive uma boa troca de impressões com o Presidente [norte-americano, Donald] Trump no início desta semana para ajudar a fazer avançar o processo. Procuramos um enquadramento claro a partir do qual possamos continuar a construir”, acrescentou a responsável, no dia do suposto prazo definido informalmente pelos Estados Unidos como data-limite para concluir um acordo comercial com o bloco comunitário para evitar a aplicação de tarifas punitivas de 20% a 50% sobre produtos europeus.

No início desta semana, os Estados Unidos afirmaram que as chamadas tarifas recíprocas norte-americanas às importações vindas de todo o mundo, que tinham sido suspensas até 09 de julho, entrarão em vigor em 01 de agosto, prazo reforçado esta noite por Donald Trump, que avisou que não haverá prorrogações.

“A mensagem é clara: mantemos os nossos princípios, defendemos os nossos interesses, continuamos o trabalho de boa-fé e preparamo-nos para todos os cenários”, adiantou hoje Ursula von der Leyen, falando numa “dimensão e alcance destas medidas sem precedentes” sem nunca mencionar o prazo.

Desde fevereiro, os Estados Unidos impuseram tarifas sobre 70% do total do comércio da UE com o continente norte-americano,

De acordo com a líder do executivo comunitário, a instituição que detém a competência da política comercial da UE está a “trabalhar dia e noite para encontrar uma solução”.

“Porque acreditamos que as tarifas são prejudiciais para os negócios e não somos os únicos a pensar assim. Desde o início do nosso novo mandato, já concluímos novos acordos com o Mercosul, o México e a Suíça. Vamos trabalhar para finalizar o acordo com a Índia até ao final do ano e mais acordos virão porque o mundo procura parceiros em quem possa confiar e a Europa é esse parceiro”, vincou ainda.

Na terça-feira, o comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis, defendeu que, “quanto mais depressa se chegar a um acordo, melhor” para acabar com a guerra tarifária entre União Europeia e Estados Unidos, apontando que um eventual adiamento até agosto “daria um pouco mais tempo”.

As tensões comerciais entre Bruxelas e Washington devem-se aos anúncios do Presidente Donald Trump de imposição de taxas de 25% para o aço, o alumínio e os automóveis europeus e de 20% a 50% em tarifas recíprocas ao bloco comunitário, estas últimas, entretanto, suspensas por 90 dias.

A Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial da UE, tem optado pela prudência e essa cautela é apoiada por países como Portugal.

Bruxelas quer conseguir negociar com Washington, tendo já proposto tarifas zero para bens industriais nas trocas comerciais entre ambos os blocos.

Atualmente, 379 mil milhões de euros em exportações da UE para os Estados Unidos, o equivalente a 70% do total, estão sujeitos às novas tarifas (incluindo as suspensas temporariamente) desde que a nova administração dos Estados Unidos tomou posse, em janeiro passado.

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