A União dos Sindicatos da Madeira entregou esta tarde ao Presidente do Governo Regional uma resolução com um conjunto de reivindicações e medidas consideradas urgentes para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores madeirenses. Uma iniciativa que contou com Tiago Oliveira, Secretário-geral da CGTP-IN.
Alexandre Fernandes, da USM, começou por criticar o Governo Regional e promete luta contínua pelos direitos dos trabalhadores. No discurso proferido durante a manifestação, Alexandre Fernandes sublinhou a determinação do movimento sindical.
“Nós vamos estar contra tudo e contra todos, camaradas. Aqui estamos, aqui continuaremos e aqui vamos fazer a nossa luta.” O sindicalista explicou que o documento entregue reflete as principais preocupações dos trabalhadores e das suas famílias, incluindo o problema da precariedade laboral, as dificuldades no acesso ao Serviço Regional de Saúde e a ausência de estruturas de apoio que permitam conciliar os horários laborais com a vida familiar.
Destacou também a discrepância entre os indicadores económicos e a realidade sentida pelos trabalhadores. “O Governo Regional vangloria-se do belíssimo momento económico que a região vive, dos recordes que são batidos diariamente, mas os trabalhadores não sentem essa pujança. Continuamos com dificuldades, continuamos com precariedade e necessidades básicas por atender.”
Já durante a intervenção final, Tiago Oliveira, Secretário-geral da CGTP-IN, que veio de propósito à RAM para apoiar os trabalhadores da Madeira, destacou o conhecimento profundo que os representantes sindicais têm da realidade laboral. “Nós somos trabalhadores, somos aqueles que todos os dias fazem falta nos seus locais de trabalho, que sentem as dificuldades e as amarguras impostas pelas políticas que têm sido seguidas”, afirmou.
Num momento da intervenção, o sindicalista referiu-se aos agentes da PSP presentes na manifestação, lembrando que “aqueles homens que estão ali de farda azul, que estão aqui para garantir que a nossa manifestação decorre em segurança, ainda hoje lutam pelo direito à greve, que lhes é negado”. Acrescentou que os problemas que enfrentam – como a luta pela valorização salarial e por melhores condições de vida – são os mesmos que atingem os restantes trabalhadores.
Recordou ainda o período da ditadura fascista, sublinhando que “foram 48 anos em que os trabalhadores não podiam fazer greve, nem manifestar-se, e quem lutava arriscava prisão e tortura”. Garantiu, por isso, que a CGTP não abdicará de lutar pela defesa dos direitos e das conquistas alcançadas pelos trabalhadores ao longo das últimas décadas.