Jornadas 2025: Taxa turística deve ser repensada, disciplinada e chegar a todos

Emanuel Câmara, presidente da Câmara Municipal do Porto Moniz, faz um balanço do seu último mandato à frente da autarquia, no decorrer das Jornadas Madeira.

Começou por comentar que o estado em que está o mundo, com guerras e milhões de pessoas à fome preocupa, pelo que os problemas do concelho “se resolvem”, não sendo atualmente de grande relevância.

Mas, não esquece os momentos “arrepiantes” que viveu e a população do Porto Moniz nos incêndios do ano passado, elogiando os homens e mulheres que ajudaram a combater as chamas. O autarca enalteceu a importância de gerir bem a água de rega e da limpeza das levadas e terrenos agrícolas.

Por outro lado, “temos de saber viver com o que temos”, comentou, numa alusão à pandemia, ao isolamento, às famílias que não se podiam visitar, aos idosos nos lares. “Neste momento, o Porto Moniz, está a viver um problema transversal a toda a gente e temos de saber viver com ele, com o excesso de turismo”.

O responsável entende que “poderá haver medidas em termos governamentais para diminuir o fluxo de viaturas que cá entram. Um problema que tem de ser dirimido nos lugares próprios, pelo governo, e ouvindo a Câmara e as juntas de freguesia, nos tempos próximos.

O turismo atual não tem nada a ver com o do passado, é de massas, disse, “não respeitando, por vezes, regras ambientais, transtornando os fregueses e munícipes e o nosso concelho também sente e sofre com isso”, admitiu, defendendo a criação de pontes para manter “a marca que nos caracteriza como madeirenses e a importância que o turismo traz em termos económicos à nossa região, para encontrarmos soluções para uma boa relação entre quem nos visita e a nossa forma de estar e de receber quem nos visita, que é uma marca nossa”.

Emanuel Câmara disse que, em relação ao turismo, “temos de facto de nos sentar todos”, referindo-se às entidades governamentais e autárquicas.

Lembrou que o Porto Moniz é o único concelho que não está a aplicar a taxa turística. Mas, essa é uma medida que tem de ser resolvida. “Temos dizer de viva voz, que era um crime nesta região, que o governo desta terra, do PSD, chamava de criminosa a Câmara de Santa Cruz, mas esse crime tornou-se normal”, na sequência dos acordos que teve de fazer o governo com o PAN. O Governo “virou o Tio Patinhas cheio de dinheiro e uma fonte de receitas muito importante”.

A seu ver, é, de facto, uma taxa importante, mas tem de ser disciplinada. Considerou que o seu sucessor deve tratar de analisar a implementação da taxa turística, mas “tem de ser disciplinada. Não pode continuar como está. Não podemos andar aqui com guetos. Não posso aceitar que todos os que nos visitam, chegam ao porto do Funchal, mas a pegada ecológica fica noutros concelhos”, dando o exemplo do número de visitantes ao Fanal.

Depois das eleições autárquicas, entende que os próximos presidentes das Câmaras devem tratar do assunto. A taxa tem de ser cobrada e derramada da forma correta pelos municípios da região e pelas juntas de freguesia, sublinhou ainda.

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