A candidata do Juntos Pelo Povo (JPP) à presidência da Câmara Municipal do Funchal, Fátima Aveiro, anunciou este domingo a intenção de apresentar “um novo desenho para o Funchal”, no âmbito do seu projeto de candidatura às eleições autárquicas marcadas para 12 de outubro.
A proposta resulta de reuniões com especialistas em planeamento urbano, com quem a candidata do JPP tem vindo a delinear as linhas estratégicas do programa eleitoral. “Também esta semana que terminou, encontrei-me com especialistas em planeamento urbano e estamos motivados para apresentar e colocar à discussão dos funchalenses um novo desenho da cidade”, afirmou, em conferência de imprensa.
A candidata do JPP traçou um retrato crítico do estado atual da capital madeirense, considerando que “o Funchal atual é uma cidade perdida entre o betão armado, prédios envelhecidos e maltratados, ruas barulhentas, sujas e poluídas.” Sobre os espaços comerciais, destacou: “Os espaços comerciais, na sua maioria, sem graça, qual esmero das montras de outrora?! Abundam lojas descaraterizadas e outras tantas votadas ao abandono.”
Fátima Aveiro tem percorrido as freguesias do Funchal na iniciativa ‘Escutar, Dialogar e Implementar’, e diz estar a recolher “contributos muito válidos” da população. Na última semana, referiu, deu “continuidade à estratégia de proximidade com os cidadãos”, tendo constatado “a boa recetividade e apoio” à sua candidatura à presidência da Câmara Municipal do Funchal.
Durante os trabalhos com especialistas, foi também abordado o estado da cidade durante a noite. “A noite é gélida e fantasmagórica, pela ausência de presença humana e vitalidade. Turistas alojados no centro passeiam, residentes quase nenhum e os sem-abrigo deambulam pelas ruas. Há zonas da cidade que estão completamente sem vida, mortas”, descreveu.
No campo ambiental, apontou fragilidades nos espaços verdes. “As manchas verdes são escassas, apresentam-se mal-cuidadas e carecem de nova arborização, mais adequada às elevadas temperaturas, e que proporcione zonas de sombra e bem-estar”, disse.
Sobre a mobilidade, a candidata afirmou: “Identificamos muitos obstáculos, ausência de alternativas sustentáveis e ecológicas, e estamos confinados a um modelo que não apresenta novas soluções, pelo contrário, há uma enorme dependência do uso da viatura própria, com custos ambientais elevados.”
“Estou ciente de que os funchalenses não se reveem neste modelo citadino, pelo que é urgente ‘Repensar a Cidade´, com todos e para todos, e é isso que a minha candidatura está a fazer, ouvindo especialistas reconhecidos nas diferentes áreas”, sublinhou.
Da auscultação feita até ao momento, Fátima Aveiro conclui que é necessária a “transformação do Funchal numa cidade cheia de vitalidade, quer pela presença de pessoas que se reúnem e disfrutam de um chão comum, quer pela combinação entre comodidade, recursos e atividades que as atraem criando um ambiente agradável, uma cidade com sentido de comunidade”.
E acrescenta: “Há outra dimensão emergente, um imperativo, que importa dar sentido e que resulta da opinião unânime de se construir uma cidade verde, alicerçada num compromisso contínuo do município com a sustentabilidade ambiental, social e económica.”
Entre as propostas em estudo, refere-se a mobilidade alternativa: “Os especialistas que tenho escutado, dizem ser possível dotar o Funchal de mais áreas de circulação, dar vida às zonas mortas, preparar a cidade para o uso de outros meios alternativos de circulação – mobilidade vertical, criação de percursos pedonais, uso de bicicletas, etc.”
“Estamos motivados para devolver a cidade aos funchalenses e comprometemo-nos a construir uma cidade que concilie o passado com o presente e desenhe o futuro à luz das suas aspirações e do desenvolvimento sustentável”, concluiu.