Escolhas

Os dias estão grandes, as noites pequenas, a temperatura sobe, o calor aperta. Entrámos definitivamente no verão. Comemorados os Santos Populares, iniciam-se as festas um pouco por toda a Região. Em ano de autárquicas, a competição entre concelhos faz com que a escolha para noites bem passadas se torne uma tarefa difícil, tantas são as opções, tantos são os artistas. Sendo difícil essa escolha, o risco de cometermos um erro de avaliação é praticamente nulo, pois a diversão estará sempre garantida.

Passado o verão, seremos novamente confrontados com outro tipo de escolhas, qual o rumo que pretendemos para a nossa cidade, para a nossa freguesia. Seremos novamente chamados a votar, naquelas que são as eleições mais próximas das e dos eleitores.

Não gosto de hierarquizar os atos eleitorais, pois todos são importantes, temos o dever de votar em todos eles, mas, as autárquicas definem as políticas locais, a proximidade. Serão as e os eleitos nestas eleições que vão cuidar dos nossos jardins, das nossas estradas, da mobilidade, do trânsito, do planeamento urbanístico e do planeamento da cidade em geral. São as autarquias que proporcionam momentos culturais de forma aberta a qualquer munícipe, promovem o desporto e têm um papel fundamental nas políticas sociais, indo ao encontro dos problemas que afligem os cidadãos.

Por isso, temos de saber escolher, saber ouvir. Temos de questionar, quando abordados pelos candidatos, fazer com que se comprometam com eleitores, temos de dialogar.

Temos também de avaliar, ver o que foi feito nestes últimos 4 anos, confrontar com os programas apresentados pelas forças políticas que ganharam as eleições e que com o voto da população, tornaram-se na palavra desses eleitos perante os eleitores. Precisamos de avaliar se a sua palavra tem valor.

Na nossa capital, na freguesia onde vivo, muitas foram as promessas feitas por quem ganhou as eleições. Prometeram mais limpeza urbana e falharam, prometeram melhorar o trânsito e falharam, prometeram a criação de um espaço multiusos para a cultura e artes e falharam, prometeram mais apoios à população e falharam. Vejam lá que até na área da saúde fizeram promessas e falharam, também prometeram apoio aos agricultores e mais uma vez falharam. Até prometeram fazer obras em bairros que não são da competência da autarquia, obviamente falharam, mas, os espaços que são da competência municipal foram deixados ao abandono, transformando assim em mais uma falha monumental. Enfim, poderia encher páginas e páginas com exemplos do que foi o falhanço das políticas da coligação PSD/CDS que venceu as autárquicas em 2021 no Funchal e em São Martinho, mas tornava-se penoso, além de expor demasiado os argumentos para a Assembleia de Freguesia de logo ao fim do dia.

É por isso que temos de participar nas escolhas para o nosso concelho e para a nossa freguesia, e temos de ser cada vez mais críticos, mais exigentes. Não podemos aceitar quem, em pleno século XXI, se atreve a provocar um retrocesso na qualidade de vida, não podemos aceitar quem faz uma campanha eleitoral com base no populismo e demagogia para, depois de vencerem, rasgarem o contrato que fizeram com as e os eleitores.

É tempo de fazermos novamente escolhas, saibamos filtrar a mensagem, saibamos excluir aqueles que nada mais têm para oferecer além da sua falta de palavra.

Uma nota final, o calor destes dias está a tornar o ambiente político muito interessante. Parece que o Sr. Doutor afinal já não tem tempo para a sua cidade, ou será vontade?

Duarte Caldeira escreve à segunda-feira, de 4 em 4 semanas.

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