O Partido Reagir Incluir Reciclar (RIR) manifesta preocupação face às denúncias de familiares de utentes recentemente internados num dos serviços do Hospital dos Marmeleiros, que apontam falhas graves na qualidade dos cuidados prestados, resultantes da falta de pessoal auxiliar e de enfermagem.
Segundo os relatos apontados pelo partido, já foram apresentadas reclamações formais junto das entidades competentes. No entanto, os familiares entenderam ser necessário tornar pública a situação, como forma de alerta e de apelo urgente à melhoria das condições nos vários serviços do hospital.
“As queixas são claras e consistentes: profissionais exaustos e uma preocupante falta de supervisão e apoio direto aos utentes. Esta ausência de acompanhamento reflete-se, por exemplo, em atrasos na administração das refeições e da medicação, bem como na falta de supervisão e auxílio durante os cuidados de higiene pessoal — sobretudo no caso de utentes mais autónomos, mas que ainda assim necessitam de apoio diário”, apontou.
Além disso, o partido diz que é denunciada a falta de higiene visível nas instalações sanitárias, especialmente aos fins de semana e feriados, o que agrava ainda mais a vulnerabilidade dos doentes internados.
“É inadmissível que os profissionais de saúde — já sobrecarregados com o trabalho extraordinário a que são submetidos para colmatar as falhas existentes — sejam colocados numa situação de desgaste permanente, ao mesmo tempo que os utentes ficam privados de cuidados básicos e essenciais”, refere.
O RIR alerta ainda para o paradoxo entre o foco político e mediático nas listas de espera — tema importante, sem dúvida — e a ausência de respostas a problemas ainda mais urgentes e estruturais, como a carência crónica de profissionais nos nossos hospitais. “Que sentido faz discutir prazos para internamentos e cirurgias, quando não conseguimos garantir cuidados mínimos a quem já está hospitalizado?”, questiona.
O Partido Reagir Incluir Reciclar exige que o Governo Regional da Madeira enfrente esta realidade com responsabilidade e urgência. “Não bastam discursos: é preciso investir seriamente na contratação de profissionais de saúde, garantir condições de trabalho dignas, e assegurar que os cuidados prestados correspondam à dignidade que cada utente merece”, sustenta.
“O silêncio e a inação perante este cenário são cúmplices do colapso progressivo do nosso sistema regional de saúde”, remata.