PS diz que Funchal desperdiçou 23 milhões de euros de apoios destinados à construção de habitação

O candidato do Partido Socialista à presidência da Câmara Municipal do Funchal (CMF) endereçou, hoje, fortes críticas ao atual executivo PSD/CDS, acusando-o de ter desperdiçado 23 milhões de euros que seriam destinados à construção de habitação e que iriam resolver uma parte significativa das carências que atualmente se verificam no concelho neste setor.

Em conferência de imprensa junto ao antigo bairro da Penha de França, na freguesia do Imaculado Coração de Maria, Rui Caetano alertou que os preços proibitivos da habitação levam a que as famílias da classe média e os jovens não tenham quaisquer hipóteses de arrendar ou comprar casa, o que faz com que estejam a “ser expulsos da sua cidade” para outros concelhos, alguns deles mesmo a “emigrar à procura de um lar”.

O socialista adiantou que, quando a coligação PSD/CDS chegou à presidência da CMF, havia cinco projetos para construir habitação na cidade do Funchal, que seriam fundamentais para ajudar a dar resposta à lista de espera que existe na empresa municipal Sociohabitafunchal, que neste momento ultrapassa as duas mil pessoas.

Como referiu, os referidos projetos estavam já todos preparados, com financiamento garantido por parte do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, através das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, e com protocolos assinados, faltando apenas lançar os concursos e executar as obras. Segundo afirmou, estava previsto que, até 2024, seriam construídas 202 habitações no Funchal, que iriam resolver o problema de mais de 500 pessoas, mas “aquilo que foi feito foi praticamente nada”.

De acordo com o candidato do PS, no caso do antigo bairro da Penha de França, estava prevista a construção de 51 casas e um centro comunitário, mas, em quatro anos, “rigorosamente nada foi feito, o que mostra que a habitação não é uma prioridade para esta autarquia”.

A única obra que o atual executivo camarário conseguiu construir foi a do bloco de 33 apartamentos na Nazaré e, mesmo assim, com dois anos de atraso.

Além destes, estavam também preparados os projetos para o bairro da Ponte, para a Quinta das Freiras e o ‘Reabilitar’, que, como o próprio nome indica, tinha em vista a reabilitação de casas devolutas, dando-lhes condições para voltarem a ser habitadas.

“Esta Câmara Municipal deixou perder 23 milhões de euros de apoios para construir habitação na cidade do Funchal, que podiam dar resposta a muitas necessidades existentes. Havia zonas para construir, havia apoios e a autarquia deixou passar o tempo. Passaram quatro anos e, ao nível da habitação, praticamente nada foi feito”, reafirmou Rui Caetano, alertando que “mais do que propaganda e engodo para enganar os funchalenses, é preciso concretizar”.

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