Crise no Médio Oriente relançou importância da base das Lajes

O presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, considerou hoje que “sem dúvida” que a crise no Médio Oriente relançou a importância geoestratégica da base das Lajes, cuja notificação correu “dentro da normalidade”.

“Nós sempre defendemos que a posição geoestratégica dos Açores é relevante para efeitos de segurança e defesa numa relação transatlântica que deve ser proeminente” afirmou Bolieiro aos jornalistas, em Ponta Delgada.

Bolieiro recordou que, por via da base das Lajes, Portugal “é um estado fundacional da NATO”, destacando o “posicionamento geoestratégico [dos Açores] em função da geopolítica e geoeconomia”.

E também face as “transições que se vivem hoje no planeta”, onde os Açores “têm muito potencial que deve ser valorizado”.

O chefe do executivo açoriano falava em Ponta Delgada na sessão de abertura da iniciativa ‘Sister Cities Summit’, um evento da FLAD-Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento, que celebra 40 anos, em parceria com o Governo dos Açores.

O líder do executivo açoriano, questionado sobre se foi informado sobre as recentes movimentações nas Lajes, considerou que “as coisas seguiram os seus trâmites num processo de normalidade”.

“Não havendo anormalidade, não existem contactos anormais”, referiu o governante, que afirmou estar “perfeitamente tranquilo como o processo decorreu” com o país e os Açores.

No âmbito da sua intervenção da abertura do seminário ‘Sister Cities Summit’, Bolieiro considerou que, situados no meio do Atlântico, os Açores têm sido um ponto de ligação vital entre a Europa e a América”.

“A nossa localização estratégica tem sustentado o estabelecimento de importantes parcerias nas esferas da defesa e da economia, reforçando a segurança e a prosperidade de ambos os continentes”, referiu.

Bolieiro destacou que o mais antigo Consulado dos EUA em todo o mundo “está nos Açores e completa agora 230 anos de funcionamento contínuo”, sendo este um “facto histórico revelador da ligação [entre Portugal e os EUA]”, que se espera “continue sem interrupções e duradouro”.

De acordo com o presidente do Governo Regional, a histórica presença das forças armadas norte-americanas na base das Lajes “reconhece e alavanca os Açores no âmbito das relações entre Portugal e os Estados Unidos”.

Segundo Bolieiro, os Açores “não são apenas um território remoto, mas uma mais-valia estratégica para Portugal e para a União Europeia”, sendo que a sua localização “no meio do Atlântico permite que contribua significativamente para a segurança e defesa, bem como para a competitividade e inovação através de infraestruturas tecnológicas de alto desempenho”.

O presidente da FLAD, Nuno Morais Sarmento, considerou, por seu turno, que os Açores “representam um papel crucial” nas relações do país com os Estados Unidos, sendo que o Atlântico constitui-se “como uma ponte”.

O responsável referiu que a iniciativa realizada em Ponta Delgada pretende “renovar e fortalecer o papel vital das cidades no futuro das nações” portuguesa e norte-americana.

O presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral, referiu que “a ligação do Município de Ponta Delgada com os Estados Unidos da América é inquestionável e mantém-se”, sendo “perpetuada por diversos marcos, dos quais sobressaem, sobretudo com a realização [desta] cimeira em Ponta Delgada, a geminação com várias cidades norte-americanas e portuguesas”.

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