Guido Gomes, presidente da junta de Freguesia de Santa Maria Maior, e o único eleito pelo PS, acusou o Governo e a Câmara Municipal de “nada” terem feito para responder às carências habitacionais da freguesia”, considerada uma das que apresenta maiores índices de pobreza da Madeira.
A discursar nas jornadas Madeira, que hoje se dedica ao concelho do Funchal, Guido Gomes começou por afirmar que “é com sentido de dever cumprido” que apresentou um breve balanço ao longo de 12 anos de mandato. “A nossa freguesia tem enfrentado inúmeros desafios sociais e económicos. A realidade de habitação é particularmente dura”, afirmou, notando que essa realidade é “ainda mais evidente” na freguesia. “Fomos a única freguesia a intervir diretamente na recuperação de habitações. No ano passado, foram 24”, disse Guido Gomes.
Foram implementados projetos de cariz social, como o Programa Conserva, entrega mensal de cabazes alimentares, foi criada a loja solidária, entre outros.
“Temos consciência de que as dificuldades não se limitam à habitação. O aumento do custo de vida, sobretudo no preço dos bens alimentares tem deixado muitas famílias em situação de grande vulnerabilidade”, afirmou, defendendo, por isso, a reimplementação do IVA Zero para os bens alimentares de primeira necessidade, sendo que o IVA devia ser mais baixo na Região.
“Apelamos para que as autarquias sejam isentas de IVA, uma medida justa que aliviaria o esforço das freguesias que, como a nossa, estão na linha da frente do apoio às populações”, sustentou, lamentando que o Governo Regional “não tenha demonstrado sensibilidade para estas questões”.
Por outro lado, o autarca local acusou a Câmara Municipal de esquecer a reabilitação do completo do Canto do Muro III.
“Apesar dos obstáculos, continuamos sempre ao lado da nossa população”, sublinhou, concluindo que “quando os outros se ausentaram, nós estivemos presentes”.