O ex-secretário-geral socialista afirmou hoje que já esperava que o Ministério Público arquivasse a averiguação preventiva que lhe abriu na campanha eleitoral, que nunca misturou política com negócios e que os políticos não são todos iguais.
O Ministério Público arquivou hoje a averiguação preventiva ao anterior líder do PS, Pedro Nuno Santos, relacionada com a compra de duas casas em Lisboa e em Montemor-o-Novo.
Numa nota que publicou nas redes sociais, Pedro Nuno Santos escreveu: “E, pronto, a averiguação preventiva que me foi aberta, durante a campanha eleitoral, foi arquivada, como era de esperar”.
No mesmo texto, o antigo ministro dos governos de António Cista afirma que pautou e pauta a sua vida privada, política e profissional “pela retidão, pela ética, pelo respeito pelo outro e pelo respeito pela lei”.
“Ao longo de anos foram feitos ataques vários, que ainda hoje são reproduzidos e amplificados nas redes sociais, como se fossem verdade”, critica, antes de assegurar que nunca recebeu nenhuma ajuda de custo a que não tivesse direito como deputado.
“Nunca as empresas da minha família foram beneficiadas pelo meu exercício de cargos públicos. Nunca misturei política com negócios. Desprezo, e sempre desprezei, quem usa a política para enriquecer e para “tratar da sua vida”, salienta.
Pedro Nuno Santos diz depois perceber “a zanga de muitas pessoas e os juízos de valor que fazem sobre os políticos”.
“Mas nós não somos mesmo todos iguais”, acrescenta.
De acordo com o despacho de arquivamento, a que a agência Lusa teve acesso, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) entendeu não ter encontrado indícios de crime e, por isso, determinou que a averiguação preventiva não seguisse para abertura de inquérito.
“Não se vê como concluir pela existência de uma atuação intencional e muito menos com contornos criminais”, lê-se no documento que acrescenta que “inexistem fundamentos para imputar responsabilidades pelo sucedido (…), muito menos para considerar que atuaram [Pedro Nuno Santos e a sua mulher] intencionalmente no sentido de pagar um valor inferior ao devido de IMI”.
A averiguação preventiva foi aberta em abril deste ano e estava relacionada com a compra de duas casas, uma em Lisboa e outra em Montemor-o-Novo, tendo o Ministério Público pedido mais informações a Pedro Nuno Santos há cerca de um mês.