Israel/Irão: Guterres alerta contra “intervenção militar adicional” no conflito

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou hoje contra “qualquer intervenção militar adicional” no conflito entre o Irão e Israel, que teria “enormes consequências” para toda a região.

“Apelo veementemente a todos para que evitem qualquer internacionalização adicional do conflito”, instou Guterres numa declaração lida pelo seu porta-voz, que especificou que a internacionalização significava “mais países envolvidos” no conflito, sem nomear nenhum Estado especificamente.

Guterres admitiu continuar “profundamente alarmado” com a escalada militar em curso no Médio Oriente devido ao conflito entre Israel e o Irão e reiterou o apelo para uma redução imediata da escalada, que conduza a um cessar-fogo.

“Qualquer intervenção militar adicional poderá ter consequências enormes, não só para os envolvidos, mas para toda a região e para a paz e segurança internacionais em geral”, advertiu o líder da ONU na mesma nota.

O ex-primeiro-ministro português condenou ainda o que considera ser uma “trágica e desnecessária” perda de vidas e ferimentos de civis, assim como os danos em casas e infraestruturas civis classificadas como essenciais.

Para Guterres, a diplomacia continua a ser a melhor e única forma de abordar as preocupações relacionadas com o programa nuclear do Irão e as questões de segurança regional.

“A Carta da ONU continua a ser a nossa estrutura partilhada para salvar as pessoas do flagelo da guerra. Exorto todos os Estados-membros a cumprirem integralmente a Carta e o direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário”, concluiu.

A declaração do chefe das Nações Unidas acontece num momento em que uma intervenção direta dos Estados Unidos no conflito entre Israel e o Irão está sob equação.

O secretário da Defesa norte-americano, Pete Hegseth, revelou hoje que o Pentágono (Departamento de Defesa) já sugeriu à Casa Branca (presidência) possíveis opções de intervenção no Irão, mas não confirmou a hipótese de um auxílio militar nos ataques israelitas.

Também hoje, o Presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a não dizer se decidiu ordenar um ataque dos Estados Unidos ao Irão – uma atitude que Teerão avisou que seria recebida com duras retaliações.

Israel lançou um ataque contra o Irão na madrugada de 13 de junho, alegando ter informações de que Teerão se aproximava do “ponto de não retorno” para obter uma bomba atómica.

Os ataques israelitas causaram pelo menos 232 mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear, segundo dados oficiais.

O Irão, que alega que o seu programa nuclear tem fins pacíficos, ripostou com o lançamento de mísseis e drones contra várias cidades israelitas, onde as autoridades admitiram pelo menos 24 mortos.

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