O Governo português determinou o encerramento temporário da embaixada em Teerão e afirmou que prosseguem as operações de repatriamento no Médio Oriente, tendo hoje sido retirados mais sete portugueses do Irão.
O anúncio foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, nos Passos Perdidos no parlamento, à margem do debate do XXV Governo Constitucional.
Numa curta declaração, Rangel quis sinalizar que “as operações de repatriamento nos vários locais do Médio Oriente continuam”.
“Mas hoje foi concluída a operação no Irão, embora ainda esteja em curso a sua fase final, saíram mais sete cidadãos portugueses e, na sequência disso, determinei o encerramento temporário da embaixada em Teerão devido à gravidade da situação atual”, anunciou.
Questionado sobre quanto tempo poderá durar este encerramento, o ministro disse não poder ainda prever.
“Queria dar nota de que este encerramento será temporário, haverá um recuo para um outro país em que temos a embaixada e, assim que seja possível, será reaberta a embaixada”, afirmou.
O ministro fez ainda questão de deixar “um agradecimento muito especial” a dois diplomatas: o encarregado de negócios André Oliveira, que estava em férias na sexta-feira e regressou logo no sábado de manhã para conduzir esta operação, e também ao técnico superior, Hélder Lourenço, que estava em missão especial de serviço diplomático.
“Os diplomatas portugueses – já tive essa experiência na Ucrânia, tenho tido no Médio Oriente, tenho tido também em África – em situações muito, muito complicadas, estão sempre presentes, arriscando muitas vezes as suas vidas”, enalteceu.
Na segunda-feira, o ministro tinha anunciado estar em curso uma operação de repatriamento, tendo admitido então que a situação mais complexa era a do Irão, seguida da de Israel, com mais de 130 pedidos.
Nessa ocasião, Paulo Rangel aproveitou para lembrar que “o Ministério dos Negócios Estrangeiros está a recomendar desde 07 de outubro de 2023 (…) para que as pessoas não viajem para estas zonas”.
A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.
Segundo o regime iraniano, os ataques de Israel mataram pelo menos 224 pessoas e fizeram mais de mil feridos.
Na retaliação, o Irão lançou sucessivos ataques de mísseis contra cidades israelitas, incluindo Telavive e Jerusalém, que segundo o Governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu, já fizeram pelo menos 24 mortos.