O Exército israelita informou hoje que efetuou “disparos de advertência” a um quilómetro de um ponto de distribuição de ajuda humanitária em Rafah (sul de Gaza), onde o departamento de Saúde de Gaza reportou quatro mortes e vários feridos.
Questionado sobre a existência de mais mortos e feridos na manhã de hoje entre pessoas que recolhiam alimentos em pontos de distribuição de ajuda humanitária, o Exército referiu que “vários suspeitos” se aproximaram das tropas israelitas que operam em Rafah, justificando os disparos.
Segundo a instituição, fizeram-no a um quilómetro do ponto de distribuição de ajuda, “apesar dos avisos prévios de que a área é uma zona de combate ativo”, e “de uma forma que representava uma ameaça para os militares”.
“As tropas ordenaram aos suspeitos que se afastassem da zona, mas, como continuaram a avançar de uma forma que as colocava em perigo, os soldados responderam com disparos de advertência”, afirmou, citada pela Efe.
O Exército reconheceu que tem conhecimento dos relatos de pessoas feridas, acrescentando, contudo, que “uma investigação inicial indica que o número de feridos reportados não corresponde às informações” na posse das forças armadas israelitas, sem avançar detalhes.
De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos cinco pessoas morreram hoje de madrugada – uma no centro e quatro no sul da Faixa de Gaza – enquanto esperavam junto aos novos centros de distribuição de alimentos, atingidas por disparos do Exército.
Mais de 80 pessoas ficaram feridas nesses incidentes, segundo as mesmas fontes.
A Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês) reabriu hoje dois pontos de distribuição de ajuda, um deles durante uma hora e outro durante cerca de 30 minutos para fornecer alimentos a mais de dois milhões de pessoas. A ajuda está praticamente bloqueada por Israel desde o início de março.
Foi referida a abertura de um terceiro ponto, embora não tenha sido divulgada qualquer informação.