Sudão: Ataques desalojam mais de 10 mil pessoas no sudoeste do país

Mais de 10 mil pessoas ficaram desalojadas no Cordofão Ocidental, no sudoeste do Sudão, após uma série de ataques durante dois dias das paramilitares Forças de Apoio Rápido, denunciaram hoje autoridades locais.

Os ataques, que ocorreram entre sexta-feira e hoje, afetaram as aldeias de Daruta, Faoum, Yangi e Haniq, perto de Nahud e Al Jaoi, controladas há semanas pelas Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), e causaram “dezenas de mortos, feridos e raptos, para além de pilhagens maciças de bens e lojas”, escreveu a Câmara de Emergências do Estado, num comunicado publicado na sua página do Facebook.

Segundo a câmara, os insurgentes levaram a cabo “a destruição de fontes de água, resultando na morte de centenas de animais devido à sede”.

“A falta de acesso à água e a violência generalizada obrigaram milhares de habitantes a fugir das suas casas, o que transformou a capital temporária, Nahud, numa ‘cidade fantasma’ com cadáveres nas ruas, uma vez que as RSF impediram as famílias de enterrar as vítimas”, lê-se ainda no documento.

A guerra no Sudão já causou dezenas de milhares de mortes, deslocou cerca de 13 milhões de pessoas e dividiu o país em dois: o norte, o leste e o centro, controlados pelo exército, e a vasta região ocidental de Darfur, controlada pelos paramilitares, enquanto grandes partes do sul são disputadas.

As Nações Unidas aumentaram, esta semana, para quatro milhões o número de pessoas que fugiu da guerra civil no Sudão, considerando que “este é um marco devastador na mais grave crise de deslocamento populacional do mundo”.

O terceiro maior país de África está a ser afetado, desde abril de 2023, por uma guerra pelo poder entre o general Abdel Fattah al-Burhane, chefe do exército e governante do país desde um golpe de Estado em 2021, e o seu antigo braço direito, Mohamed Hamdane Daglo, comandante das RSF.

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