Mais de 300 mil pessoas marcharam hoje no centro de Roma para pedir o fim da ofensiva israelita em Gaza e exigir uma ação mais contundente ao Governo italiano de Giorgia Meloni, segundo números da organização.
A manifestação “Gaza, basta de massacres. Basta de cumplicidade” foi convocada por partidos da oposição italiana e reuniu pessoas de todo o país, que se deslocaram de autocarro até Roma.
“É uma enorme resposta a um pedido muito forte para dizer basta ao massacre dos palestinianos e aos crimes do [primeiro-ministro israelita, Benjamin] Netayahu. É outra Itália que não se cala, como faz o Governo de Meloni” e que “quer o reconhecimento do Estado palestiniano”, disse o líder do Partido Democrata, o maior da oposição, Elly Schlein.
Segundo a agência espanhola EFE, participaram na manifestação inúmeras associações pró-Palestina, a comunidade palestiniana em Itália, o Movimento 5 Estrelas e a Aliança Verdes-Esquerda.
Entre os oradores, estiveram o cirurgião palestiniano Feroze Sidhwa, que operou em Gaza e testemunhou perante as Nações Unidas, e o jovem israelita Iddo Elam, que se recusou a cumprir o serviço militar e participou em protestos contra o Governo de Benjamin Natanyahu.
A União das Comunidades Judaicas Italianas tinha expressado a sua preocupação por o desfile “defender só um povo, o palestiniano, e não também o israelita”, o que levou os organizadores da manifestação a condenarem o antissemitismo.
Na marcha, foram visíveis bandeiras da Palestina, de Israel, e da paz.
O desfile foi acompanhado por um forte dispositivo policial, não se tendo registado incidentes.
Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, assegurou que o Governo está a trabalhar para fazer chegar mais ajuda humanitária a Gaza e rejeitou a utilidade de aplicar a sanções a Israel.
Outros partidos da oposição – como o Itália Viva e o Azione – optaram por se manifestar em Milão.
O conflito na Faixa de Gaza foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 54 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.