A candidatura de Aníbal Pinto à Câmara do Porto, pela Nova Direita, fez hoje ‘chover’ uma quantidade indeterminada de notas de cinco euros sobre os apoiantes quando o cabeça de lista terminou o discurso, iniciativa que, prometeu, vai continuar a acontecer.
Questionado sobre a largada de dezenas de notas a partir de um drone no final da intervenção, Aníbal Pinto explicou que “a maior felicidade é contribuir para a felicidade das pessoas” e que, em vez de fazer o anúncio da candidatura num hotel, a sua equipa decidiu que “parte do orçamento da campanha vai reverter sempre a favor dos apoiantes e dos portuenses”.
“Vamos sempre atirar notas, vamos sempre fazer chover dinheiro. Muita gente não acreditava, mas pelos vistos choveu mesmo, eram notas verdadeiras, como não podia deixar de ser”, prometeu o advogado, que concorre como independente na lista da Nova Direita, sem, contudo, divulgar quanto dinheiro caiu sobre os cerca de 50 apoiantes presentes, dizendo apenas que “dava para alugar meia dúzia de salas num hotel de cinco estrelas”.
Sobre o seu programa, Aníbal Pinto começou por falar de habitação e propôs que a autarquia “venda todas as casas sociais que tem, permitindo a quem mora nessas casas que possa comprá-las por valores simbólicos de 20 ou 30 mil euros, e que essas possam recorrer ao banco com a câmara como fiadora”.
Desta forma, prosseguiu, “as pessoas continuam a pagar a sua mensalidade, que é parca, mas podem num curto espaço de tempo ou a médio prazo ter uma casa que é a sua, deixando de ter o problema se os filhos vão ficar com a casa”.
“Se a Câmara Municipal de Porto vender a habitação social que existe neste momento, que é um cancro, que é um custo tremendo para a câmara, pode fazer a maior operação financeira”, angariando “mais de 300 milhões de euros e, com esse dinheiro associado a 50 milhões que já estão programados para a nova habitação, então sim, podem resolver o problema da habitação, construindo não cinco mil, mas 10 mil casas”, indicou.
Aníbal Pinto defende também o aumento da taxa turística para os cinco euros por noite, estimando um ganho anual na ordem dos 50 milhões de euros para o município, para depois investir na cidade.
No capítulo da segurança, o candidato quer “polícias gratificados nos sítios que sejam necessários, não só à noite, mas no comércio, no Bonfim, nos sítios onde há problemas”. Essa gratificação “ficaria a cargo dos comerciantes”, que, entretanto, receberiam “benesses da câmara para compensar esse custo em termos de licenciamento”.
Quanto à mobilidade, para Aníbal Pinto a solução para tirar os carros da cidade é a criação de “uma portagem urbana”, uma medida que reconheceu ser impopular, mas que deve ser aplicada a quem visitar o Porto, garantindo que não se aplica a quem vai trabalhar ou estudar para a cidade, ou mesmo visitar familiares, para assim privilegiar o recurso aos transportes para entrar na cidade.
“Transportes, já agora, que o Porto tinha a obrigação de fornecer aos portuenses de forma gratuita”, defendeu.
Questionada sobre a largada de dinheiro hoje e nos próximos eventos da candidatura, a presidente da Nova Direita, Ossanda Líber recusou ser uma forma de comprar votos.
“Como assim comprar votos? Olha, se tiver um ‘outdoor’ na rua a dizer, ‘olha, vou reduzir em 10% o IVA’, é dinheiro na mesma, não é?”, argumentou.
Até agora, foram confirmadas as candidaturas à Câmara do Porto de Manuel Pizarro, pelo PS, Pedro Duarte, pelo PSD, Diana Ferreira, pela CDU, Nuno Cardoso, pelo movimento Porto Primeiro, Vitorino Silva (conhecido como Tino de Rans), pelo RIR, António Araújo, do movimento Porto à Porto, Aníbal Pinto, pela Nova Direita, Sérgio Aires, pelo BE, e do atual vice-presidente Filipe Araújo, também como independente.
O atual executivo é composto por seis eleitos pelo movimento independente de Rui Moreira, três eleitos pelo PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.
As eleições autárquicas deverão ocorrer entre 22 de setembro e 14 de outubro deste ano.