Governo: Marcelo traça meta “bem mais ambiciosa” para Montenegro após vitória “personalizada”

O Presidente da República considerou hoje que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, tem agora uma meta “bem mais ambiciosa”, após a vitória “personalizada” nas legislativas, e pediu mudanças na saúde, habitação e educação.

Na parte final do seu discurso na cerimónia de posse do XXV Governo Constitucional, o segundo executivo PSD/CDS-PP chefiado por Luís Montenegro, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se diretamente ao primeiro-ministro.

“Agora, a meta de vossa excelência é bem mais ambiciosa. Quer ir e tem de ir à raiz estrutural do que precisa de se ajustar ao novo Portugal, acelerando o uso dos apoios europeus, estimulando o investimento e explorações, assim contribuindo para aumentar o poder de compra, portanto, os salários dos portugueses, não esquecendo os mais pobres e excluídos”, afirmou.

O chefe de Estado defendeu que o novo Governo PSD/CDS-PP tem de ir mais longe, “mudando sistemas e orgânicas encravadas ou necessitadas de perspetiva de futuro, nomeadamente na saúde, na habitação e mesmo em alguns setores da educação”.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro “já demonstrou que é determinado e resistente, mesmo na equipa que mantém e retoca, e decidido a converter o que parecia impossível, em possível”.

“Ao fim e ao cabo, a governação de vossa excelência – e digo vossa excelência porque esta vitória é personalizada na eleição que acabámos de viver – é chamada a comprovar, desde já, que o essencial de Abril permanece em liberdade, democracia e justiça social, e que esse Abril é capaz de entender e dar futuro a um Portugal muito diferente daquele de 1974”, acrescentou.

Assegurando a Montenegro que terá “a solidariedade” do Presidente da República, até ao fim do seu mandato, manifestou o desejo de que “a sua entrega, o seu empenho, a sua visão, a sua resiliência, a sua permanente confiança nos portugueses e em Portugal sejam coroadas de êxito”.

“Esse é o meu voto muito sincero, e creio é o voto muito sincero de muito Portugal”, concluiu o chefe de Estado.

Antes, num curto balanço da atuação do anterior Governo PSD/CDS-PP, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que Luís Montenegro “tentou fazer o seu melhor para manter as contas certas herdadas, o desemprego baixo e o crescimento estabilizado e ir ao encontro do mais urgente para resolver”.

No seu entender, o primeiro-ministro procurou “sarar feridas, cumprir promessas, aquietar ainda, em alguns casos, simbolicamente, setores desesperançados, na educação, na saúde, nas Forças Armadas, nas forças de segurança, na Administração Pública e na justiça”.

Agora, “sem maioria absoluta, mas maioria reforçada e com abertura das oposições”, Montenegro “conta com a afirmada abertura parlamentar para o diálogo com vista à estabilidade e à durabilidade e com um presidente da Assembleia da República para tal amplamente legitimado”, disse.

“E conta com a expectativa do povo. O que votou em si e muito do que não votou. Todo ele só ganha se tiver êxito na sua caminhada para uma legislatura, uns porque veem a confiança confirmada, outros porque sabem que não há tempo nem espaço para não ter esse êxito”, prosseguiu.

Sobre os resultados das legislativas de 18 de maio, o chefe de Estado observou que “não se confirmou a previsão de que os portugueses estavam condenados por fadiga a desinteressarem-se de votar e à abstenção destinada a subir sempre e em flecha”.

“Aos apelos para votarem, aos debates e às campanhas, os portugueses responderam afirmativamente, e apenas com uma ligeira subida da abstenção do ano passado, votaram de forma significativa no território nacional. Nas comunidades, como sabemos, até haver o cuidado de esclarecer o sistema, a votação continuará a ser crescente, mas ainda simbólica”, acrescentou.

Leave a comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *