Prémio de Melhor Ator no Festival de Cannes atribuído ao brasileiro Wagner Moura

O ator de 48 anos é um dos rostos mais conhecidos do cinema brasileiro.

O ator brasileiro Wagner Moura conquistou hoje o prémio de melhor ator no Festival Internacional de Cinema de Cannes pelo papel de homem perseguido em “O Agente Secreto”, do compatriota Kleber Mendonça Filho.

O ator de 48 anos é um dos rostos mais conhecidos do cinema brasileiro graças às colaborações internacionais, nomeadamente na série da Netflix “Narcos”, na qual interpretou o narcotraficante Pablo Escobar.

A longa-metragem “O agente secreto”, de Kleber Mendonça Filho, conquistou também um prémio fora da competição oficial, considerado o melhor do festival pelo júri da crítica da Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema).

“Escolhemos um filme que tem uma generosidade romanística e épica. Um filme que permite digressão, diversão, humor e caráter para evocar um tempo e lugar e uma histórica rica”, justificou o júri da crítica.

Passado no Recife, em 1977, “O Agente Secreto” é um ´thriller´ político que mergulha nas tensões de um país sob o regime militar, onde Wagner Moura interpreta Marcelo, um especialista em tecnologia que regressa à cidade natal em busca de tranquilidade, mas depara-se com um ambiente carregado de segredos e perigos.

Coproduzido pelo Brasil, França, Holanda e Alemanha, o filme conta ainda no elenco com nomes como Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone e Hermila Guedes.

Segundo a agência AFP, espera-se que os nove membros do júri, liderados pela atriz francesa Juliette Binoche, possam vir a enviar um forte sinal político se premiarem o realizador dissidente iraniano Jafar Panahi – que vai a Cannes depois de quinze anos em prisão domiciliária no Irão – o ucraniano Sergueï Loznitsa, o sueco-egípcio Tarik Saleh, ou fazer história ao atribuir uma terceira Palma aos irmãos Dardenne.

O encerramento festival está a ser marcado por dois cortes da eletricidade que aconteceram durante o dia, estando as autoridades francesas a investigar a possibilidade de sabotagem que causou hoje um apagão em Cannes e noutras localidades vizinhas.

No entanto, a organização manteve a cerimónia oficial com recurso a geradores independentes, embora as sessões previstas fora do Palácio dos Festivais tenham sido canceladas.

Um incêndio suspeito numa subestação em Biançon, seguido da queda de um poste de alta tensão, originou duas falhas no fornecimento de energia, afetando cerca de 160.000 casas na região, que têm estado a ser repostos, enquanto a empresa RTE, responsável pela rede elétrica francesa, indicou que o primeiro apagão foi resolvido temporariamente redirecionando a energia de outras redes.

Embora a origem exata dos incidentes ainda não tenha sido confirmada, a coincidência com a cerimónia de encerramento do Festival de Cannes levanta preocupações sobre intenções deliberadas.

O restabelecimento da eletricidade está a ser feito gradualmente na região, com 60 mil habitações já reabastecidas até ao meio da tarde, segundo as autoridades.

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