D. Nuno Brás em encontro entre Leão XIV e bispos da União Europeia com paz na Ucrânia em foco

O Papa Leão XIV teve hoje o primeiro encontro com os membros da presidência das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE), no Vaticano, no qual se destacou o tema da paz na Ucrânia.

Para o presidente da COMECE, D. Mariano Crociata, presente no encontro com o Papa, “o grande problema da União Europeia é o da unidade, que significa a concórdia e o acordo das nações e dos governos, e que significa também a vontade e a capacidade de encontrar uma direção para as questões fundamentais, antes de mais a da paz”.

“Estou convencido, e isso também ficou patente na reunião de hoje, de que quanto mais desunidos estivermos, mais incapazes seremos de nos fazer ouvir, de dizer uma palavra que tenha impacto, que tenha autoridade e que dê frutos”, indicou ao portal Vatican News.

Uma “política da unidade” tem sido, de acordo com D. Mariano Crociata, a “intenção da União Europeia em matéria de paz, de unidade e de defesa face à Ucrânia”, atenta à “defesa dos fracos, dos atacados” e empenhada em “procurar todas as condições no diálogo e na diplomacia da paz”.

Sobre as migrações, o presidente da COMECE revela que “tem havido um percurso, um crescimento da atenção no empenhamento da Europa nesta matéria, sempre condicionado”.

Segundo D. Mariano Crociata, é “preciso encontrar um equilíbrio e, sobretudo, uma atitude construtiva, respeitosa, que permita a essas pessoas, de alguma forma, serem tratadas como seres humanos, quer sejam acolhidas, quer sejam ajudadas a encontrar outros alojamentos, mas tratadas como seres humanos”.

“E esta é a grande questão sobre a qual temos uma responsabilidade específica enquanto Igreja e enquanto organismos como a COMECE, que acompanha a União Europeia e que se faz ouvir de muitas maneiras sobre este mesmo assunto”, referiu.

Este foi o primeiro encontro do Papa Leão XIV com os membros da presidência da Comissão dos Bispos da União Europeia, que estava agendado antes da morte do Papa Francisco.

“Foi um privilégio, porque estamos apenas no início do pontificado e o Papa quis manter um compromisso de calendário que tínhamos assumido com o Papa Francisco. Por isso, a circunstância foi verdadeiramente extraordinária e foi acolhida por nós com grande alegria”, disse.

D. Mariano Crociata descreve que o encontro “decorreu num clima de cordialidade, serenidade e também de espontaneidade” e o Papa foi uma “presença atenta e interessada que transmitia serenidade, confiança e encorajamento”.

“Desde o início, disse-nos que não tinha muito para nos dizer, mas que queria ouvir, isto é, entrar em diálogo”, relatou.

De acordo com o presidente da COMECE, a delegação, que tem como vice-presidente D. Nuno Brás, bispo do Funchal, expôs a forma a conferência funciona, tendo cada um dos membros se apresentado e falado de um tema que trata na relação com a União Europeia.

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