O Ministério Público da Suécia vai acusar formalmente no final deste mês um jihadista sueco pelo alegado envolvimento no assassínio, em janeiro de 2015, de um piloto militar jordano queimado vivo numa jaula na Síria.
Num comunicado, o Ministério Público, referiu que Osama Krayem, de nacionalidade sueca, será acusado no próximo dia 27 de “crimes de guerra agravados e crimes terroristas cometidos na Síria”, ondeterá participado na captura do piloto jordano em dezembro de 2014.
Krayem, cujo julgamento começará a 04 de junho em Estocolmo, já tinha sido acusado e condenado pelo envolvimento em atentados em Paris, em 2015, e Bruxelas, em 2016.
“[Osama Krayem] é suspeito de ter participado na execução do piloto, juntamente com outros membros do EI [grupo Estado Islâmico]. A investigação revelou que este homem, armado e mascarado, obrigou o piloto, juntamente com outros cúmplices, a entrar numa jaula metálica”, acrescentou a procuradoria sueca.
“A gaiola foi então incendiada por um dos cúmplices, provocando a morte do piloto”, acrescentou o Ministério Público.
Um avião da força aérea jordana tinha sido abatido na Síria a 24 de dezembro de 2014 e o piloto capturado pelo grupo Estado Islâmico (EI) no mesmo dia, perto da cidade de Raqqa.
Fechado numa jaula, o soldado foi queimado vivo no início de janeiro de 2015 e as imagens da morte foram difundidas pelo grupo jihadista.
Krayem, natural de Malmö, no sul da Suécia, juntou-se ao grupo EI na Síria em 2014, antes de regressar à Europa.
Em junho de 2022, foi condenado a 30 anos de prisão – dois terços dos quais em regime de alta segurança – em França, por cumplicidade nos atentados de Paris e Saint-Denis de 13 de novembro de 2015, que mataram 130 pessoas.
No ano seguinte, foi condenado a prisão perpétua na Bélgica pelo envolvimento nos atentados de 22 de março de 2016 no principal aeroporto e no metro de Bruxelas, que mataram 32 pessoas.
A 12 de março, a França aceitou entregar Osama Krayem à Suécia durante nove meses, período durante o qual será investigado e julgado, após o que será reenviado para França para cumprir a pena.