Na passada terça-feira (20 de maio), foi apresentado em Lisboa o livro “Monumentos ao Emigrante – Uma Homenagem à História da Emigração Portuguesa”. A obra, concebida pelo historiador Daniel Bastos, em parceria com o fotógrafo Luís Carvalhido, assente no levantamento dos Monumentos de Homenagem ao Emigrante, existentes em todos os distritos de Portugal continental, e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, foi apresentada na Sociedade de Geografia de Lisboa.
A sessão de apresentação, que encheu a sala convívio de uma das mais relevantes instituições culturais do país, de dirigentes associativos, agentes políticos, académicos, emigrantes e lusodescendentes, esteve a cargo de Maria Beatriz Rocha-Trindade, Presidente da Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de Lisboa, que assina o posfácio da obra. E caracterizou a mesma, como “uma valiosa contribuição para o conhecimento da História de Portugal. Não só pelos registos, que relativos ao fenómeno migratório proporcionam um alargado conhecimento, como pelos dados a eles associados que possibilitam uma variedade de olhares interpretativos sobre a sociedade e a cultura portuguesas”.
Na mesa de honra da sessão, marcou igualmente presença José Cesário, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que destacou a importância do livro na valorização
da memória da emigração portuguesa. José Cesário enalteceu o trabalho considerável e desprendido dos autores, salientando no caso do historiador da diáspora, “que conheço há muitos anos, tenho que lhe fazer justiça, tem sido um lutador dedicadíssimo por estas questões das comunidades”.
Refira-se que esta nova obra, uma edição bilingue (português e inglês) com tradução de Paulo Teixeira, e prefácio do filósofo e escritor Onésimo Teotónio Almeida, constitui um convite a uma viagem pelo passado, com os olhos no presente e futuro, da imagem e memória da emigração em Portugal.
Uma viagem através de um itinerário delineado pelo historiador da diáspora Daniel Bastos, profusamente ilustrada pelo talento fotográfico de Luís Carvalhido, que percorre todas as regiões de Portugal, onde existem mais de uma centena de monumentos, como bustos, estátuas ou memoriais dedicados ao Emigrante, que constituem uma relevante fonte material para a compreensão da emigração.
Um roteiro que dos monumentos mais singelos, situados nas pequenas aldeias do interior, aos mais grandiosos das aglomerações urbanas, essencialmente erigidos ao longo do último meio século, e que inscrevem uma marca singular na paisagem continental e insular, evidencia as motivações subjacentes à partida e aos destinos, a celebração de figuras gradas das comunidades, a evocação contínua de uma espécie de sinónimo de Portugal, a saudade. Assim como, objetos simbólicos e aspetos inerentes à memória coletiva da emigração, como o “salto” para França, a emigração para o Brasil, Estados Unidos da América, Canadá, Venezuela, Austrália, África do Sul, Alemanha, Suíça, Bélgica e Luxemburgo, entre outros países do mundo, por onde a diáspora portuguesa se encontra disseminada.
Uma obra pioneira, realizada com o apoio institucional da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e da Sociedade de Geografia de Lisboa, que ao assumir-se como uma história concisa e ilustrada da diáspora, presta tributo aos milhões de emigrantes e lusodescendentes espalhados pelo mundo, e quais protagonistas anónimos da história nacional e mundial, têm dado um contributo fundamental no desenvolvimento das suas terras de origem e de acolhimento.