Síria: Enviado da ONU avisa para risco de regresso de conflitos

O enviado da ONU para a Síria, Geir Pedersen, alertou hoje para o risco de “regresso do conflito” e da “maior fragmentação” da situação no país, num contexto “de provocação” entre comunidades.

“Os desafios que a Síria enfrenta são imensos e os perigos reais de um conflito renovado e de uma maior fragmentação ainda não foram superados”, disse Pedersen, por vídeo, a partir de Damasco, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, mais de cinco meses após a queda do regime do ex-presidente Bashar al-Assad.

“Continuo preocupado com o risco de mais violência e com tais acontecimentos poderem minar a confiança”, considerou o enviado da ONU.

Pedersen referia-se aos ataques de março contra a minoria alauita – associada ao regime de Bashar al-Assad – assim como a atos de violência, no final de abril, contra a minoria drusa, no que considerou ser um contexto de “provocações às tensões entre comunidades”.

Na terça-feira, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, já tinha manifestado preocupação com a situação na Síria, avisando que o país pode estar a semanas de uma nova “guerra civil em grande escala”.

Apesar destes perigos, Geir Pedersen congratulou-se com o anúncio do levantamento das sanções dos EUA contra a Síria e com a decisão da UE de levantar as sanções económicas, vendo estes gestos como uma resposta à esperança de sucesso na transição política.

Geir Pedersen voltou a condenar os ataques israelitas em território sírio e manifestou preocupação com a escalada de ataques do grupo extremista Estado Islâmico (EI) nas últimas semanas em vários pontos do país.

O ex-presidente Bashar al-Assad foi deposto a 08 de dezembro de 2024, após uma ofensiva-relâmpago liderada por uma coligação de grupos rebeldes, dominados por movimentos islamitas que estão agora no poder em Damasco.

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