Pelo menos quatro crianças morreram e 30 ficaram hoje feridas num ataque suicida ao autocarro escolar em que seguiam no Baluchistão, uma região no sudoeste do Paquistão, informaram as autoridades locais.
Um comissário adjunto local, Yasir Iqbal, disse que o ataque ocorreu no distrito de Khuzdar, quando o autocarro transportava crianças para uma escola para filhos de militares.
“De acordo com os resultados iniciais da investigação, tratou-se de um ataque suicida”, acrescentou.
O ministro do Interior do Paquistão, Mohsin Naqvi, condenou veementemente o ataque e expressou profundo pesar pelas mortes das crianças.
As autoridades disseram temer que o número de mortos possa aumentar ainda mais, uma vez que várias crianças estão em estado crítico.
Nos últimos dias, quatro civis e quatro paramilitares foram mortos por bombas no Baluchistão.
A província tem sido palco de uma insurgência de longa data, com uma série de grupos separatistas a realizarem ataques, incluindo o ilegal Exército de Libertação do Baluchistão, designado como organização terrorista pelos Estados Unidos em 2019.
O ataque ainda não foi reivindicado, mas o Exército de Libertação do Baluchistão (BLA) e o braço regional do grupo Estado Islâmico (IS-K) reivindicam regularmente a responsabilidade pelos ataques na província.
No início desta semana, o BLA prometeu mais ataques ao “exército paquistanês e aos seus colaboradores” e disse que o seu objetivo é “estabelecer as bases para um Baluchistão pacífico, próspero e independente”.
A maioria das escolas e faculdades no Paquistão são geridas pelo governo ou pelo setor privado, embora os militares também administrem um número significativo de instituições para filhos de civis e de militares no ativo ou reformados.
Em 2014, os talibãs paquistaneses levaram a cabo o ataque escolar mais mortífero do país, contra uma instituição gerida pelo exército na cidade de Peshawar, no noroeste do país, matando 154 pessoas, a maioria crianças.