Netanyahu disponível para cessar-fogo em Gaza que liberte últimos 20 reféns

O primeiro-ministro israelita disse hoje estar pronto para aceitar um “cessar-fogo temporário” na Faixa de Gaza que permita a libertação dos últimos 20 reféns, e posteriormente pretende assumir o controlo de todo o enclave palestiniano.

“Se houver uma opção para um cessar-fogo temporário para libertar reféns, estaremos prontos”, disse Benjamin Netanyahu em conferência de imprensa em Jerusalém, na qual atualizou em 20 o número de reféns vivos, de um total de 58, ainda em cativeiro do grupo islamita palestiniano Hamas.

Ao mesmo tempo, o chefe do Governo insistiu que, após a nova grande ofensiva militar lançada no passado fim de semana, “toda a Faixa de Gaza estará sob o controlo do Exército israelita”.

Netanyahu advertiu, entretanto, ser preciso “evitar uma crise humanitária” para manter “a liberdade operacional de ação” dos militares israelitas, alegando que a intensificação dos ataques e as restrições à entrada de ajuda aos habitantes do território provocaram uma vaga de condenação internacional.

Na conferência de imprensa, a primeira em cinco meses, o líder israelita reiterou igualmente que a população da Faixa de Gaza está a ser transferida para sul, à medida que os militares vão assumindo o controlo do território.

Será nesta área “limpa do Hamas” que os habitantes deverão receber ajuda humanitária, referiu, dois dias depois de os primeiros camiões de transporte terem sido autorizados a entrar no enclave, ao fim de mais de dois meses de bloqueio, mas que as Nações Unidas consideraram “uma gota no oceano” face às enormes necessidades.

Benjamin Netanyahu insistiu que Israel implementará o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para a Faixa de Gaza quando a guerra terminar, o que condicionou à expulsão do Hamas do enclave e se houver “condições claras que garantam a segurança de Israel”, além da libertação dos reféns detidos no enclave desde outubro de 2023.

“Vamos trazê-los todos de volta. Lembro-me que no início da guerra se dizia que talvez não conseguíssemos trazer nem um deles”, declarou o primeiro-ministro, que tem sido alvo de protestos no país por colocar a vida dos reféns em perigo com a ofensiva militar no território palestiniano.

Alcançados os objetivos israelitas na Faixa de Gaza, incluindo a “completa desmilitarização” do enclave, o chefe do Governo disse que vai implementar o “plano Trump”, um “plano tão correto, tão revolucionário, que diz algo simples: os residentes de Gaza que quiserem sair poderão sair”.

No fim de semana, Israel iniciou uma nova operação terrestre e aérea no território, após vários dias consecutivos de bombardeamentos que provocaram centenas de mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas.

O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 53 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

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