Ucrânia: Presidente da Turquia quer NATO fora da guerra

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, defendeu hoje perante o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, que a aliança de defesa ocidental não deve participar na guerra provocada pela invasão russa da Ucrânia.

Erdogan recebeu Rutte no palácio presidencial de Ancara, num encontro que antecedeu uma reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO em Belek, na costa mediterrânica da Turquia, na quarta e na quinta-feira.

O líder turco disse a Rutte que a Turquia, membro da NATO, apoia firmemente um cessar-fogo na Ucrânia que conduza a uma paz “justa e duradoura”, segundo um comunicado do gabinete presidencial citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Erdogan recordou que manteve nos últimos dias conversas telefónicas com os presidentes ucraniano, Volodymyr Zelensky, e russo, Vladimir Putin.

O Presidente turco reiterou a posição de que “a NATO não deve participar na guerra”, segundo o comunicado.

Rutte descreveu o encontro com Erdogan como excelente e disse que falou com o líder turco sobre a Ucrânia.

“Existe uma verdadeira oportunidade para avançar para a paz” na Ucrânia, afirmou o antigo primeiro-ministro neerlandês numa mensagem nas redes sociais.

Rutte descreveu a Turquia como um “aliado firme e capaz”.

Erdogan também assegurou a Rutte que Ancara atribui grande importância à participação na Aliança Atlântica.

Referiu, a propósito, que a Turquia vai assumir de novo o comando da força de manutenção da paz no Kosovo (KFor) em outubro.

Acrescentou que a Turquia fará sempre tudo o que puder para preservar a força da Aliança Atlântica, ainda de acordo com o comunicado da Presidência turca.

A guerra na Ucrânia foi desencadeada pela invasão russa do país vizinho, em fevereiro de 2022, para travar, entre outros motivos, uma possível entrada da antiga república soviética na NATO.

Desconhece-se o número de vítimas civis e militares de mais de três anos de guerra, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que será elevado.

A cidade turca de Istambul poderá acolher conversações entre a Ucrânia e a Rússia na quinta-feira, último dia da reunião dos chefes da diplomacia da NATO, sigla por que é conhecida a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Zelensky desafiou Putin a deslocar-se a Istambul para participar diretamente nas negociações e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que está no Médio Oriente, admitiu na segunda-feira que também poderá ir a Istambul.

O porta-voz de Putin recusou-se hoje a confirmar a presença do líder russo em Istambul e também não revelou a composição da equipa de negociadores de Moscovo.

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