Os primeiros africânderes que obtiveram o estatuto de refugiados, através do programa iniciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, partiram, ontem, em avião do Aeroporto Internacional Oliver R. Tambo, em Kempton Park, Ekurhuleni.
O primeiro grupo foi constituído por 49 pessoas, embarcou num voo “charter” que descolou cerca às 20:30 com destino ao aeroporto de Dulles nos arredores de Washington, DC, de onde seguiriam posteriormente rumo ao Texas.
A oferta de asilo por Donald Trump aos sul-africanos de raça branca, especialmente, africânderes, que constituem o grupo com a história mais longa entre os colonos brancos na África do Sul e que compõem a maior parte do grupo de brancos, tem sido assunto de intensa controvérsia e algo divisivo nos dois países.
Presentemente nos EUA o governo de Trump bloqueou a admissão de refugiados, na sua maioria não brancos, oriundos dos quatro cantos do mundo.
Na África do Sul, isso coincide com o aumento das tensões raciais sobre terras e empregos, que têm atormentado a política interna desde o fim do governo de minoria branca.
Apesar do congelamento de entrada mais amplo de refugiados, Trump pediu aos EUA que priorizassem o reassentamento dos africânderes, descendentes de colonos holandeses, afirmando que estavam a ser “vítimas de discriminação racial injusta”.
A concessão do estatuto de refugiado a sul-africanos brancos foi recebida com um misto de alarme e escárnio pelas autoridades sul-africanas, que afirmaram que o governo de Trump se intrometeu numa questão política interna que não é compreensível.
Esta decisão acontece após umas fortes críticas à Lei da Expropriação em que Trump alegou que “eles estão tomando as terras pertencentes aos fazendeiros brancos e matando-os assim como as suas famílias.”,
A África do Sul, viu-se novamente no vermelho com Washington DC, após a assinatura da controversa Lei das Expropriações em que se constatou uma forte reação por parte dos grupos de interesse africânderes, Afriforum e Solidarity terem solicitado ajuda da administração Trump, dizendo que um genocídio estava sendo cometido contra sul-africanos brancos e que invasões e apreensões ilegais das suas terras estavam em curso.
Desde então a administração Trump não regateou a atribuição do estatuto de refugiados aos africânderes que na noite de ontem abandoaram a sua terra natal 49 africânderes em direção a terras de ‘Tio Sam’.