Uma das propostas do Livre, relativas ao setor primário, passa por contribuir para uma agricultura e uma pesca sustentáveis, “justas e adaptadas à crise climática”, sendo que o partido almeja um “’País mais resiliente e ecologicamente equilibrado”, através da “soberania alimentar, valorização dos pequenos produtores e preservação dos recursos naturais”.
No que toca à agricultura, o Livre defende a transição para um modelo agroecológico, baseado na produção local, na regeneração dos solos e na redução da dependência de químicos. Mais propõe o reforço do apoio à agricultura familiar e biológica, com financiamento adequado, medidas de incentivo à instalação de jovens agricultores e a criação de circuitos curtos de comercialização que aproximem produtores e consumidores.
O programa da candidatura inclui, ainda, medidas para proteger os solos agrícolas contra a especulação imobiliária e a expansão desordenada das cidades, bem como a implementação de uma política nacional de gestão de solos férteis, integrada na estratégia climática, além da promoção de sementes autóctones e a valorização de práticas tradicionais, aliando inovação tecnológica à sabedoria ancestral.
No setor das pescas, o Livre aposta numa pesca artesanal e sustentável, que respeite os limites dos ecossistemas marinhos e proteja a biodiversidade. Defende o reforço das quotas para a pequena pesca costeira, a valorização das comunidades piscatórias e a promoção de cadeias de distribuição mais justas. É também proposta a criação de mecanismos que incentivem práticas de pesca de baixo impacto e a diversificação económica das zonas costeiras.
“A proteção dos oceanos, a fiscalização eficaz das atividades ilegais e a recuperação dos ecossistemas marinhos — em articulação com a expansão das áreas marinhas protegidas — são pilares centrais da proposta do partido”, explica, em comunicado, acrescentando que, com estas medidas, “quer garantir uma agricultura e pescas ao serviço das pessoas, das comunidades locais e do equilíbrio ambiental”. Em suma, “um setor primário que contribua para a justiça social, a segurança alimentar e a luta contra as alterações climáticas”.