Nascimento defende psicólogos e assistentes sociais a tempo inteiro nas CPCJs

O presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava defendeu hoje a necessidade de haver psicólogos e assistentes sociais a tempo inteiro nas Comissões de Proteção de Crianças e Jovens para uma melhor implementação de planos de intervenção adequados e um acompanhamento contínuo e especializado dos processos.

“A realidade atual, onde muitas vezes estes profissionais dedicam apenas algumas horas pro bono, é insustentável e impede um trabalho digno e eficaz. Não podemos esperar resultados significativos quando os recursos são tão limitados, pois o bem-estar das nossas crianças não pode ser um trabalho a tempo parcial ou um favor”, afirmou Ricardo Nascimento no arranque do I Seminário da CPCJ da Ribeira Brava realizado esta manhã na Escola Padre Manuel Álvares.

Ciente de que o trabalho da CPCJ deve ser feito com o importante contributo das famílias, pois é no seio familiar que se estabelecem os primeiros laços de afeto, que se ensina os valores essenciais e onde as crianças devem encontrar segurança e proteção, o autarca vai mais longe e diz que ser necessário “as escolas e as CPCJs apostarem na formação para pais, desde tenra idade”, começando pelas famílias mais suscetíveis a problemas desta natureza.

Outra ferramenta vital é a educação de qualidade que “capacita os jovens, desenvolve o seu pensamento crítico, promove a sua autonomia e oferece as bases para a construção de um futuro melhor”, assim como a escola que deve funcionar como um “espaço de deteção de problemas e de encaminhamento para as estruturas de apoio adequadas”.

Por isso, deve haver uma colaboração estreita e eficaz entre todas as partes envolvidas. “Família, escola, instituições de saúde, autarquias, forças de segurança e a própria comunidade que tem um papel a desempenhar, pois só através de um trabalho conjunto e de uma partilha de responsabilidades poderemos proteger as nossas crianças e jovens”, referiu o autarca.

Dotar as CPCJ com os recursos humanos e financeiros necessários é, para Nascimento, uma “necessidade urgente” para garantir que cada criança e jovem tenha a oportunidade de crescer num ambiente seguro e saudável, já que a CPCJ é a primeira linha de intervenção quando os direitos das crianças são ameaçados ou violados.

“Apelo à sensibilidade e ao compromisso de todos para que possamos trabalhar em conjunto, com os meios adequados, para construir um futuro onde os direitos de todas as crianças e jovens sejam verdadeiramente protegidos”, frisou o presidente da Câmara Municipal.

O Seminário contou ainda com as intervenções de Paulo Guerra, Juiz Desembargador do Tribunal da Relação de Coimbra; João Pedro Gaspar, presidente da direção da PAJE – Plataforma de apoio a Jovens (Ex)acolhidos e Luísa Santos, presidente do Instituto Português de Mediação familiar do Funchal.

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