O Reino Unido e os países do norte da Europa apoiam a proposta do Presidente dos Estados Unidos de um cessar-fogo incondicional de 30 dias na Ucrânia, afirmou hoje o primeiro-ministro norueguês.
“Precisamos de um cessar-fogo incondicional”, disse Jonas Gahr Store, por ocasião da reunião dos 10 países da Força Expedicionária Conjunta (JEF, na sigla em inglês), citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
O líder norueguês disse que o cessar-fogo deve ser monitorizado e respeitado antes de se poder avançar para “negociações sobre as principais questões, a fim de alcançar uma paz duradoura”.
A JEF integra Dinamarca, Estónia, Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega, Suécia, Países Baixos e Reino Unido, todos membros da NATO.
Estes países mantiveram conversas telefónicas separadas com Donald Trump e com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na quinta-feira à noite, indicou a AFP.
O pedido de cessar-fogo de Trump “é aceite e compreendido, assim como a necessidade de pressionar a Rússia a respeitar este cessar-fogo”, disse o primeiro-ministro norueguês.
“Se não for respeitado, devem ser impostas sanções”, acrescentou.
Trump pediu, na quinta-feira, um “cessar-fogo incondicional de 30 dias” na Ucrânia, enquanto Zelensky disse estar aberto a “todos os formatos de negociações” com a Rússia.
Tanto a Rússia como a Ucrânia “terão de ser responsabilizadas” e se o cessar-fogo não for respeitado, “os Estados Unidos e os seus parceiros vão impor novas sanções”, ameaçou Trump.
Jonas Gahr Store disse tratar-se de “uma abordagem concertada que está atualmente a ser adotada pelos Estados Unidos, pelos europeus e pela Ucrânia”.
A Força Expedicionária Conjunta é liderada pelo Reino Unido.
A ideia da criação da força nasceu em 2012 e consolidou-se após a cimeira da NATO de 2014, ano em que a Rússia anexou a península ucraniana da Crimeia.
A força foi concretizada com a assinatura de um memorando de entendimento em 2018.
“Estas nações são Estados soberanos que se juntam para responder rápida e decisivamente a uma crise emergente. O desenvolvimento é possibilitado através do envolvimento político e estratégico”, de acordo com a própria força.
A guerra na Ucrânia foi iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022 para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, afirmou na altura o Presidente Vladimir Putin.
“A Rússia tem sido e será uma barreira indestrutível contra o nazismo, a russofobia e o antissemitismo”, afirmou esta manhã Putin, no discurso alusivo aos 80 anos da vitória sobre a Alemanha nazi.
Putin declarou uma trégua de três dias para assinalar a efeméride.
Participam na cerimónia na Praça Vermelha, em Moscovo, duas dezenas de dirigentes internacionais, incluindo os Presidentes da China, Xi Jinping, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
Tropas norte-coreanas que participaram na guerra contra a Ucrânia integraram o desfile militar das comemorações.
Desconhece-se o número de baixas militares e civis, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.