Ucrânia: Macron saúda “apelo muito claro” de Trump para cessar-fogo

“Todos devemos trabalhar nesse sentido sem demora, sem falsidades ou manobras dilatórias”, sublinhou.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, saudou hoje o “apelo muito claro do homólogo norte-americano, Donald Trump, para um cessar-fogo incondicional de 30 dias” na Ucrânia.

“Todos devemos trabalhar nesse sentido sem demora, sem falsidades ou manobras dilatórias”, sublinhou, numa mensagem publicada na rede social X.

“A Ucrânia concordou com este cessar-fogo já há quase dois meses. Espero agora que a Rússia faça o mesmo”, declarou, advertindo: “Se tal não acontecer, estaremos prontos para reagir com firmeza, juntamente com todos os europeus e em estreita concertação com os Estados Unidos”.

Também o novo chanceler alemão, Friedrich Merz, considerou hoje que cabe agora à Rússia pronunciar-se, depois do apelo para um cessar-fogo incondicional de 30 dias na Ucrânia, emitido por Donald Trump.

“A bola está agora exclusivamente do lado de Moscovo”, afirmou Merz numa conferência de imprensa na sede da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), em Bruxelas, vincando que a Ucrânia e a União Europeia (UE) são a favor dessa iniciativa.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.

As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar de uma ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da autorização dada à Ucrânia pelo então Presidente norte-americano cessante, Joe Biden, para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.

As negociações entre as duas partes estavam completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

Antes de regressar à Casa Branca para um segundo mandato presidencial, a 20 de janeiro deste ano, Trump defendeu o fim imediato da guerra na Ucrânia, asseverando que o conseguiria em 24 horas, mas não foi bem-sucedido até à data.

A Ucrânia pede garantias sólidas de segurança aos seus aliados, para evitar que Moscovo volte a atacar, ao passo que a Rússia quer uma Ucrânia “desmilitarizada” e que entregue os territórios que a Rússia afirma ter anexado, o que Kiev considera inaceitável.

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