O Livre defende, em comunicado, que “só é liberdade a sério quando também houver água limpa, solos férteis, florestas vivas e ecossistemas equilibrados” .
“Perante a emergência climática e as especificidades insulares”, o partido propõe uma série de medidas adaptadas à Região, “visando conciliar preservação ambiental, justiça climática e desenvolvimento social”.
Em primeiro lugar, o Livre propõe a proteção integral de 30 % da superfície terrestre e marinha da Madeira, garantindo que pelo menos 10 % fique sob regime estrito de conservação. “A expansão da Rede de Áreas Marinhas Protegidas — com fiscalização reforçada pelo ICNF, SEPNA e APA — permitirá conservar habitats marinhos vitais, apoiar a pesca artesanal sustentável e proteger a biodiversidade costeira única da região”, considera.
Em paralelo, defende um turismo regenerativo em substituição do modelo de massificação que sobrecarrega os recursos naturais. Para tal, propõe a definição de capacidade de carga nas zonas de maior sensibilidade — como a Floresta da Laurissilva e as falésias do norte — e o apoio a rotas de baixo impacto que beneficiem diretamente as comunidades locais, financiando transportes públicos e valorizando percursos de ecoturismo.
O partido defende, ainda, a criação de um Sistema Nacional de Remuneração dos Serviços dos Ecossistemas, “que será adaptado aos pequenos proprietários rurais madeirenses, de modo a remunerar o restauro de habitats únicos — nomeadamente a Laurissilva e as levadas históricas — e a manutenção de cursos de água naturais que previnem riscos de cheias e deslizamentos”.
Para reforçar a fiscalização e a gestão dos espaços protegidos, o partido apela à revisão e dignificação da carreira de Vigilante da Natureza na Madeira, com aumento de contratações, remuneração, subsídios e formação técnica específica. “Estes profissionais terão meios adequados para prevenir incêndios florestais, combater atividades ilegais e assegurar a integridade das áreas protegidas”, assevera.
Por fim, defende uma gestão integrada dos recursos hídricos da região, protegendo aquíferos estratégicos e avaliando a implementação de centrais de dessalinização sustentáveis — utilizando princípios de economia circular na gestão de salmouras e águas residuais — de forma a garantir água potável a todas as populações insulares sem comprometer os ecossistemas costeiros.