Posse de reitor : André Barreto defende importação de professores universitários em vez de empregados de mesa

Teve início a cerimonia de tomada de posse do reitor da Universidade da Madeira, com o cortejo académico e seguindo-se os discursos, com o presidente do conselho geral a iniciar este momento.

André Barreto começou a discursar de forma informal, causando até algumas gargalhadas junto dos presentes. Mas, o seu discurso acabou por ser muito sério, lembrando o contexto em que vive o mundo, mas focando a importância da Universidade da Madeira e o seu papel imprescindível no desenvolvimento social da sociedade.

André Barreto admitiu não compreender ainda ser necessária a homologação por parte do ministério de educação para a tomada de posse do reitor, lamentando esse sinal ainda de colonialismo. O responsável questionou também a falta de atenção em termos do devido financiamento que a academia madeirense merece do Estado. Considerando que “uma Universidade são os alunos que a frequentam”, André Barreto entende que “não podem existir cursos sem alunos”, destacando o que tem sido feito na academia madeirense pelos alunos e professores.

O responsável recordou os centros de investigação que a UMa tem, alertando que estes e outros que possam ser criados, “devem ter presente necessidades especificas da Madeira, auxiliando assim empresas e governo nas suas tomadas de decisão”.

“Fico triste quando oiço que determinado tema foi pedido para ser estudado pela universidade x ou y, quando aqui temos conhecimento e capacidade, sem haver qualquer tipo de consulta à UMa sobre a sua disponibilidade e interesse em colaborar. Gostava que pudesse passar a ser comum o estabelecimento se protocolos. Para simples inquéritos, estudos mais extensos ou projetos de investigação, em estreita ligação da universidade com as empresas e o governo regional”, afirmou o novo presidente do conselho geral. E deixou exemplos como um estudo sobre os reais benefícios de um sistema fiscal próprio, observatório de emprego ou do turismo, desenvolvimento de Inteligência artificial na saúde

André Barreto olhou ainda para o programa sufragado para os próximos quatro anos, destacando os desafios ao nível do turismo e o projeto do novo hospital. “Temos o PRR, que alias parece ter deixado de fora a universidade como prioridade de investimento infraestrutural”, comentou. Por outro lado, André Barreto entende que “havendo vontade política, tendo presente a capacidade, o empenho, a ambição que se vê e sente, chegou a altura de fazer a Educação a nova grande aposta de desenvolvimento regional”, o que não passa por construir mais escolas mas “fazer da educação o mote do nosso desenvolvimento e deixar de depender de uma ou duas indústrias.

É ter capacidade, num mundo cada vez mais de serviços e cada vez mais artificialmente inteligente, de apostar na diversificação”. É preciso, disse, “entender que o melhor para a nossa região seria importar professores universitários, técnicos especializados em determinadas áreas, em vez de empregados de mesa e canalizadores”. Com a criação da escola internacional do turismo, pretendida pela UMa, o responsável defende que a universidade madeirense esteja no centro do desenvolvimento. A finalizar, André Barreto entende que o reitor da UMa conseguirá tornar possível transformar a zona da Penteada num “verdadeiro espirito universitário, sem cheiro a mofo”, pedindo, por outro lado, “vontade politica, da universidade, do país para respeitar a verdadeira autonomia da nossa Uma, que pela sua localização tem especificidades muito próprias”.

Após o seu discurso, André Barreto deu posse a Sílvio Fernandes. A cerimónia está a ser assistida pelo presidente do governo regional, pelo representante da República, vice-presidente da Assembleia Legislativa, lideres partidários, pelo bispo do Funchal, entre outras entidades.

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