“São décadas de representação política na Assembleia da República e no Parlamento Europeu por partidos que, na prática, pouco ou nada fizeram para romper o ciclo de isolamento a que a Madeira continua sujeita, faltando políticas concretas para esbater a enorme dependência externa e aumentar a nossa autonomia em matéria alimentar, económica, financeira, ambiental e energética.”
A conclusão é do candidato do Juntos Pelo Povo (JPP) que esta quarta-feira considerou “essencial a população escolher quem de facto tem mostrado trabalho e vontade para resolver problemas que se arrastam há anos sempre com os deputados dos mesmos partidos, PSD e PS, na Assembleia da República”.
Filipe Sousa exemplifica o “imobilismo” com uma declaração recente do candidato da AD – Coligação PSD-CDS pelo círculo da Madeira, num debate na rádio, onde afirmou que “os problemas da Madeira dependentes da Assembleia da República são os mesmos de há 50 anos”.
O candidato do JPP conclui que o cabeça-de-lista da AD pela Madeira está a dar razão ao JPP e por isso apela a um voto de confiança no seu partido para “resolvermos os problemas que o próprio PSD-CDS reconhece que foi incapaz de tratar em 50 anos”.
“O PSD e o CDS, que se têm alternado na governação regional e mantido uma representação constante a nível nacional, têm responsabilidades históricas neste imobilismo”, destaca. “Tal como o PS, que no Governo da República tem sistematicamente ignorado os compromissos constitucionais para com a continuidade territorial.”
O “número um” da lista do JPP às eleições legislativas de 18 de maio reputa de “inaceitável que, em pleno século XXI, os madeirenses continuem a pagar preços exorbitantes para se deslocarem ao continente, pelo transporte de bens essenciais, para suportarem custos acrescidos nas empresas ou manterem atividade económica e familiar fora da ilha”.
“Só a Aliança PSD-CDS acha tudo isto normal e como acha normal não move uma palha para alterar este ciclo que empobrece as pessoas, as famílias e as empresas”, declara Filipe Sousa. “É uma realidade que fere o princípio da igualdade e que corrói a coesão do Estado português. A Constituição é clara: a continuidade territorial não é uma opção, é uma obrigação e devia estar no centro do debate político dos deputados que representam a Madeira no Parlamento e no Governo Regional.”
O cabeça-de-lista do JPP prossegue. “O que falta é vontade política”, realça. “O que sobra são cálculos eleitorais e promessas adiadas. Os partidos que dizem defender os interesses da Região Autónoma da Madeira têm falhado clamorosamente em garantir soluções estruturais e permanentes para os problemas que se resolvidos iria traduzir-se em melhor qualidade de vida para as populações.”
Filipe Sousa não acredita neste paradigma económico do PSD-CDS: “Como temos visto, nem o modelo de subsídios atual resolve o problema, porque a dependência das empresas e da Região é irrefutável, nem o transporte marítimo tem sido verdadeiramente liberalizado”, destaca. “Continuamos reféns de monopólios, da ausência de concorrência, e de decisões políticas centralistas que colocam os interesses de Lisboa acima dos direitos dos madeirenses e Porto-santenses.”
O candidato garante que se for eleito a 18 de maio, irá trabalhar para dotar a Região de transporte marítimo de passageiros e carga aberto à concorrência, garantir ligações regulares e acessíveis e, acima de tudo, colocar o Estado português no centro da solução, assumindo integralmente os custos da mobilidade, como já acontece noutros contextos insulares europeus.
“A autonomia não é um álibi para o desinteresse da República”, contesta. “Os madeirenses não são portugueses de segunda. E os partidos que têm falhado sistematicamente a Madeira devem ser responsabilizados nas urnas e no debate político. O tempo das desculpas terminou. O tempo da ação chegou. No próximo dia 18 a melhor escolha está no JPP.”